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‘Sem aulas, crianças de escolas públicas estão indo para o tráfico’

Roberto Medronho, da UFRJ, defende reabertura urgente das escolas: 'Países europeus decretaram lockdown, mas mantiveram o ensino presencial'

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 2 nov 2020, 20h02 - Publicado em 2 nov 2020, 10h47

As escolas públicas do estado do Rio devem retomar as aulas presenciais? Mais do que incentivar o retorno dos alunos, um grupo de cientistas da UFRJ defende que a reabertura das escolas é “necessária e imprescindível”, e deve acontecer o mais breve possível, desde que de maneira segura. “As crianças das escolas públicas estão invisíveis, em sofrimento mental, muitas sofrendo abuso sexual e físico. A evasão escolar será maior quanto mais tempo ficarmos com as escolas fechadas, e já são mais de sete meses”, afirma a  VEJA RIO o infectologista Roberto Medronho, coordenador do Grupo de Trabalho (GT) da UFRJ para Enfrentamento da Covid-19.

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Os cientistas elaboraram um documento em que oficializam sua preocupação com os efeitos colaterais das escolas fechadas por tanto tempo. “A dinâmica do dia a dia da comunidade escolar precisa ser resgatada, sob pena de termos efeitos mais danosos e irreversíveis sobre as perspectivas de vida de toda uma geração, principalmente os mais vulneráveis”, destacam. De acordo com Medronho, muitos jovens estão sendo recrutados pelo tráfico. “O atraso na educação afetará toda uma geração com forte impacto econômico e social. A despeito da dramática situação, não há esse debate na sociedade. Os países europeus estão decretando lockdown, mas mantendo suas escolas abertas“, afirma.

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Os cientistas do GT avaliaram que as escolas não parecem desempenhar importante papel na transmissão do coronavírus. “Estudos realizados em fevereiro e março, antes das medidas de isolamento serem implementadas já sinalizavam algumas lições: existem poucos relatos de transmissão a partir de crianças, levando a grandes surtos; a transmissão na comunidade de crianças mais velhas é maior”, afirmam. Eles lembram que outros estudos demonstraram que o papel do adulto na cadeia de transmissão na escola é bem mais expressivo.

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O estudo lembra ainda que a experiência internacional deu vários exemplos de que existe um caminho para a reabertura de escolas – da forma mais segura possível, afinal, a pandemia não acabou. “Embora a faixa etária pediátrica seja menos suscetível às formas graves da Covid-19, existe risco de a criança ser infectada em qualquer idade, por isso as medidas de mitigação não podem ser negligenciadas sob nenhuma hipótese”, afirmam os  cientistas da UFRJ.

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