Quem estava por trás do roubo à carreta com 25 mil camisas do Flamengo
Chefe da comunidade Jardim Gramacho, em Caxias, para onde os produtos foram levados, será indiciado; polícia busca interceptadores
Desde que um caminhão da Adidas com 25 mil camisas oficiais do Flamengo foi roubado, na noite de quarta (24), nas proximidades da Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, o delegado Alan Duarte, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), que investiga o caso, já sabe que será difícil recuperá-las. E está focado em chegar aos autores do crime e receptadores. A Polícia Militar recuperou a carreta na quinta (25), na região de Nova Campina, em Caxias, mas não encontrou as mercadorias. Na ocasião, cinco homens suspeitos de participação no crime foram presos e, com eles, foi apreendida grande quantidade drogas. Segundo o delegado, o chefe da comunidade Jardim Gramacho, em Caxias, para onde os produtos foram levados, será indiciado por roubo. O prejuízo estimado é de 1,6 milhão de reais.
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“Para nós, fica muito claro que ele é o autor intelectual; é partícipe, na medida em que autorizou esse transbordo para a comunidade”, explica Duarte. “Mas a carga não ficou só no Jardim Gramacho, foi toda pulverizada. Há informações de que uma parte tenha ido, por exemplo, para a feirinha da Pavuna. Realizamos uma diligência para recuperar a carga, mas não conseguimos, até porque é uma carga que não é rastreável, não são equipamentos eletrônicos; então, acabamos tendo um pouco mais de dificuldade”.
Na sexta (26), a venda de camisas supostamente originais começou a ser anunciada em aplicativos de mensagens e redes sociais. Enquanto a preta e vermelha é oferecida por 100 reais, a branca é negociada por 80 reais e a regata, por 50 reais. Nas lojas, as camisas da temporada atual são encontradas por valores próximos a 300 reais. Uma foto que circula em aplicativos de mensagens mostra várias delas empilhadas. Outros vídeos mostram camisas e outros produtos da Adidas, também ditos como originais. Não foi confirmado se as peças vieram da remessa roubada. A Adidas e o Flamengo não quiseram se pronunciar sobre o caso.
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A carga transportada pelo caminhão, que vinha de Guarulhos, em São Paulo, incluia, além de camisas oficias do time (masculinas, femininas e infantis), casacos do clube, bolas de futebol e materiais de empresas que não faziam referência ao esporte ou ao Flamengo, como a Fame, que comercializa produtos como torneiras, chuveiros e purificadores de ar.
“São produtos com muita liquidez; que podem ser distribuídos de forma muito rápida pelos criminosos. Por isso, além de identificar os criminosos, o importante para a Polícia Civil agora é chegar aos receptadores, porque são pessoas que fomentam o roubo de carga. Quando desmotivamos as pessoas a receptarem, quem rouba não tem para quem vender”, afirma o delegado, que está reunindo todo o material postado em redes sociais divulgando esses produtos, por exemplo, e os responsáveis serão indiciados por receptação qualificada.