Quarentena: sem humanos por perto, animais silvestres saem da toca no Rio

De acordo com o professor de biologia da UFRJ Pablo Gonçalves, “falta de movimentação de homens é um convite para que eles saiam de onde vivem”

Por Bruna Motta
27 abr 2020, 17h39
Ameaçado de extinção, macaco bugio, também conhecido como roncador, foi visto na Ilha Grande (Governo do Estado/Reprodução)
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O isolamento social está deixando os animais bem mais à vontade para saírem de seus habitats e darem uma voltinha nos centros urbanos. Você já deve ter visto na internet vídeos de cangurus, jacarés, cabras, leões marinhos e rinocerontes em países tão diversos como Austrália, Índia, Espanha e Estados Unidos. Neles, os bichos aparecem no meio da rua, nos jardins das casas, perto de humanos. O Rio vive fenômeno parecido. Espécies da fauna silvestre vêm sendo vistas com frequência nas áreas de conservações administradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA). As reservas estão fechadas para visita desde o início da quarentena.

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Os animais sempre estivem no nosso entorno, mas nós monopolizamos os espaços. Sem a movimentação humana, é convidativo para eles saírem de onde vivem”, explica o professor de biologia da UFRJ Pablo Gonçalves. As mais recentes aparições foi de um grupo de macacos bugio (Alouatta guariba clamitans), avistado nas trilhas do Parque Estadual de Ilha Grande, na Região da Costa Verde. A espécie está ameaçada de extinção.

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A presença do lobo guará (Chrysocyon) também chamou atenção em Volta Redonda. Segundo Gonçalves, é raro encontrar o bicho em áreas urbanas. “Ele pertence ao cerrado mas está cada se expandindo para o litoral”, explica. Não é preciso ter medo caso dê de cara com um desses animais pela rua.  O professor garante que caso ocorra um encontro inesperado, basta não reagir: “Não corra, não faça barulho, o animal vai fugir com medo. Eles não vão ter a iniciativa de atacar”.

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