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Professora criou projeto que distribui comida a moradores de rua

O movimento de Rosângela Ganem, iniciado em setembro de 2014, arregimentou voluntários torcedores de outros times

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 3 jun 2017, 09h39 - Publicado em 3 jun 2017, 09h39
 (Felipe Fittipaldi/Veja Rio)
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No intervalo de um jogo do Flamengo no Maracanã, a professora de educação física Rosângela Ganem planejou com seus primos e irmãos uma forma de ajudar as pessoas que viviam nas ruas de sua vizinhança, na Tijuca. O amor em comum pelo rubro-negro fez com que eles juntassem forças também fora do estádio em torno do objetivo de angariar doações para levar comida a quem tivesse fome. O movimento Pró-Amor — Projeto de Amor Ganem e Amigos, iniciado em setembro de 2014, logo arregimentou voluntários torcedores de outros times. “Na primeira vez em que saímos, éramos apenas seis, todos da família, mas a notícia se espalhou e os amigos começaram a participar também. Na última ação, reunimos 22 pes­soas”, conta a criadora do projeto. O grupo se encontra num domingo por mês e percorre as ruas da Tijuca para oferecer comida e água aos necessitados, sem nenhum patrocínio nem apoio institucional. Os integrantes da missão pedem doações pelas redes sociais, dividem despesas e tarefas. E, como já são conhecidos pela população de rua da Tijuca, é comum, no dia da ação, receberem pedidos específicos — sempre atendidos na ação seguinte, um mês depois. “Só não damos dinheiro, mas corremos atrás do resto. Já conseguimos violão, bengala e até roupa social para um morador que queria procurar emprego”, lembra a professora, que convoca todos a ajudar. “É só entrar na nossa página do Facebook.”

“Levamos ouvido para escutá-los e palavras de conforto e amor. E, quando a ação termina, temos certeza de que vamos continuar”

Em datas comemorativas, o grupo ainda promove campanhas para doações específicas. No Natal do ano passado, por exemplo, eles pesquisaram com as crianças o que elas gostariam de ganhar de Papai Noel. Compraram tudo e distribuíram os presentes dias antes da festa. “Foi tocante, porque são pessoas abandonadas em todos os sentidos, inclusive emocionalmente. São ignoradas por quem passa, parece que são invisíveis”, lamenta a professora. Além das ações de domingo, o Pró-Amor realiza uma segunda ação mensal, em que são distribuídos donativos em asilos, orfanatos, igrejas, centros espíritas e hospitais — os integrantes do movimento já enviaram ajuda para a Namíbia e Cuba. “Nós não levamos apenas coisas materiais, levamos também ouvido para escutá-los e palavras de conforto e amor. E, quando a ação termina, temos certeza de que vamos continuar”, garante Rosângela.

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