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The book is on the table

Atentos às grandes competições que a cidade vai acolher, cursos de inglês criam turmas especiais voltadas para quem trabalha com turismo

Por Carla Knoplech
Atualizado em 5 dez 2016, 15h54 - Publicado em 18 nov 2011, 17h51
ilustração
ilustração (Carolina Amorim/)
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Nesta época do ano, o garçom Paulo Giovani começa a ficar tenso. Funcionário de um bar em Ipanema, ele sabe, por experiência própria, que o movimento na casa chega a duplicar devido à proximidade do verão. O motivo de sua apreensão não é o aumento do trabalho. Ele, na verdade, fica ansioso com o afluxo da clientela estrangeira na alta estação e a sua dificuldade em se fazer entender por essa gente. “Só consigo me virar na mímica”, confessa com sinceridade. Sem alternativa, ele se vê obrigado a recorrer ao gerente na hora de anotar os pedidos. Um constrangimento. Mas essa realidade que há muito incomoda Giovani pode estar com os dias contados. Em fevereiro, ele vai começar a frequentar aulas de inglês. Seu intuito não é só traduzir os cardápios, mas também conseguir entabular um diálogo com os clientes. De olho nesses profissionais que lidam com os turistas, um contingente em franca expansão devido aos grandes eventos esportivos que a cidade vai sediar, diversas escolas de inglês estão lançando cursos especiais, com preços mais populares e horários flexíveis. “A procura está grande. Recebemos ligações de muita gente, inclusive de barraqueiros de praia”, conta a superintendente do Ibeu, Cristina Daibert, uma das instituições de ensino que lançaram novidades.

Já não era sem tempo para uma cidade que deve receber neste ano um total de 1,85 milhão de visitantes internacionais e que tem no turismo uma das forças propulsoras de sua economia. Ressalta-se ainda o incremento significativo que o setor terá com a realização da Copa do Mundo e da Olimpíada, cuja expectativa é atrair 1 milhão de estrangeiros. Como sabe um bom anfitrião, a primeira preocupação do dono da casa deve ser com relação ao bem-estar do convidado. Para isso, estão em andamento várias obras de infraestrutura, visando a melhorar o deslocamento das pessoas pela cidade. Outras medidas também se fazem necessárias. Ao lado desse investimento em hardware urbano, é fundamental aprimorar também o serviço do chamado turismo receptivo. Ele reúne taxistas, camareiras, copeiras, recepcionistas e garçons, peças fundamentais para o funcionamento dessa indústria.

Uma radiografia do mercado carioca encomendada pela Associação Brasileira da In­dústria de Hotéis (ABIH) mostra que há muita coisa a ser feita. Tomando como base os estabelecimentos do município, a pesquisa revelou que 30% dos empregados da recepção desses hotéis são monoglotas. Esse número sobe para 90% quando o recorte se limita às camareiras. Embora não haja um levantamento semelhante sobre os taxistas, sabe-se que os dados também não são animadores. “Eles rodam doze horas por dia e não têm tempo para mais nada”, afirma Alfredo Lo­pes, presidente da ABIH-RJ. “Mas o panorama está começando a mudar por aqui.” Parece que sim. Atuante no mercado carioca há vinte anos, a Flash! Idio­mas viu seu curso “Como receber um es­trangeiro no Brasil”, voltado para capacitar empregados do ramo, ganhar novo impulso nesta temporada, triplicando o número de matriculados. “A diferença desses alunos pa­ra os demais é que eles são muito focados, não têm tempo a perder”, diz a coordenadora Allyne Turano. Sensível também à movimentação, o grupo CCAA formatou o curso Welcoming Visitors, direcionado aos segmentos de gastronomia, hotelaria, comércio e transportes.

Um exemplo de massificação do idioma inglês vem da China ? com a devida salvaguarda de que nas ditaduras as imposições tornam-se mais fáceis. Exa­ta­mente há dez anos, quando o país ingressou na Organização Mundial do Comér­cio e venceu a disputa para sediar os Jo­gos Olímpicos de 2008, o governo tornou obrigatório o ensino de inglês para as crianças a partir dos 6 anos nas grandes metrópoles. Desde então, foram criados também programas de formação intensiva para profissionais do setor do tu­­rismo, assim como para médicos e enfermeiros. No decorrer desta década, es­tima-se que tenha duplicado a quantidade de chineses que ganharam alguma familiaridade com o idioma de Shakespeare, embora em muitos casos o aprendizado te­nha se limitado a ex­pres­sões protocolares. Ain­da assim, é um universo que engloba 450 milhões de pessoas, incluindo quem está no bê-á-bá do processo. Se o Rio conseguir mobilizar 0,1% dis­so, já estará de bom tamanho.

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Para ser um bom anfitrião

Confira novos cursos de inglês direcionados a quem vai receber os turistas na Copa de 2014 e na Olimpíada do Rio

CCAA: O Welcoming Visitors é voltado para as empresas de gastronomia, hotelaria, transportes, comércio e entretenimento. A ênfase é na conversação. Mensalidade: 180 reais.

CNA: Com duração de seis meses e direcionado ao mesmo público, o Hello exige quarenta horas de aula. As turmas têm início em fevereiro e março. O preço ainda não está fixado.

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Flash! Idiomas: Para facilitar a vida de quem trabalha, os horários são flexíveis. O curso consiste em duas horas semanais, que podem ser agrupadas em uma só jornada no mês. Mensalidade: 162 reais.

Ibeu: Começa em fevereiro o Welcome to Rio, de olho no turismo receptivo e com duração de um ano. O aluno tem a prerrogativa de escolher o dia e o horário de cada aula. Mensalidade: 97 reais.

Wizard/Yázigi: Lança no ano que vem o guia Copa 2014, um manual para o ensino de inglês rápido que será vendido nas escolas dos grupos. Trata-se de um livro de apoio, sem preço definido.

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