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No Cristo Redentor, evento reforça combate à violência contra a mulher

Monumento do Rio de Janeiro teve iluminação lilás na noite desta quarta (26)

Por Agência Brasil
Atualizado em 27 ago 2020, 14h16 - Publicado em 27 ago 2020, 12h08

O monumento ao Cristo Redentor , no Rio de Janeiro, foi iluminado durante a noite desta quarta (26), a partir das 18h, com a cor lilás, símbolo em todo o mundo do combate à violência doméstica no mês de agosto.

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Em 2019, as delegacias de atendimento à mulher no estado (DEAMs) indiciaram 16 703 autores de violência doméstica e familiar de diversas formas contra mulheres e solicitaram à Justiça 20 930 medidas protetivas de urgência. Este mês, o DGPAM realizou a Operação Athena para cumprir mandados de prisão de foragidos da Justiça por crimes de violência contra a mulher, durante a qual foram presos 57 agressores.

Em entrevista à Agência Brasil, o reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar Raposo, ressaltou a importância da Lei Maria da Penha, que está completando 14 anos de criação, para a proteção da mulher. “Mais do que nunca, pensar a ligação institucional do Cristo Redentor com as políticas públicas, com o Legislativo, com todas as instituições que estão trabalhando, cada dia, em favor da defesa da mulher, em favor da saúde da mulher e de sua proteção, se faz necessário”.

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Evento

Também para marcar o combate à violência contra a mulher, um evento foi promovido pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) no Cristo Redentor e reuniu diferentes órgãos e líderes religiosos que integram a rede de proteção à mulher em todo o estado. O objetivo foi reforçar o combate a esse tipo de crime, comemorando também os 14 anos de criação da Lei Maria da Penha.

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Presente no evento, o padre Omar Raposo afirmou que a Lei Maria da Penha se torna um grande referencial para tantas outras instituições que estavam desamparadas e necessitadas de um suporte jurídico. “Sem dúvida nenhuma, o Cristo Redentor abençoa e que possamos, mais e mais, entrelaçar os nossos objetivos para uma sociedade mais justa, fraterna, que valoriza a mulher dentro de sua dignidade plena”.

O babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), disse à Agência Brasil que em um momento como esse, em que tem crescido muito a agressão contra as mulheres e que a pandemia trouxe mais ainda à tona esse tema, ”é importante que os religiosos se coloquem na defesa dessas vítimas e orientem a sociedade em geral e seus adeptos, que isso não é uma atitude correta”. Ivanir dos Santos completou: “Temos que estar juntos, seja na luta contra a misoginia, a homofobia, seja na luta contra a intolerância, o desrespeito, a agressão ao ser humano, seja ele quem for. Nós não podemos concordar. Temos que lutar para ter respeito e a sociedade ser mais tolerante”.

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diretora do Departamento Geral de Polícia e Atendimento à Mulher (DGPAM) da Sepol, delegada Sandra Ornellas, observou que a residência é o lugar mais perigoso para uma mulher que, durante o isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus, pode estar sofrendo violência sem conseguir pedir ajuda. Por isso, considera importante que a população entenda que a violência doméstica é um problema da sociedade e que todos devem se unir para proteger e defender os direitos da mulher.

Segundo a delegada, apesar de os registros de ocorrência terem sofrido redução desde que começou o isolamento social determinado pela covid-19, o Monitor de Violência do Instituto de Segurança Pública (ISP) esclarece que isso não significa diminuição da violência contra a mulher, em função da subnotificação nesse período de pandemia. A delegada destacou que, com a flexibilização do isolamento, foi verificada expansão no número de registros no mês passado. O Dossiê Mulher, que será lançado pelo ISP nos próximos dias, revelará números precisos sobre agressões a mulheres, disse Sandra Ornellas.

Referência

Referência no atendimento a mulheres que sofreram algum tipo de violência, o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), da Universidade Federal Fluminense (UFF), criou em 2002 o Programa SOS Mulher, que atende pelo telefone 21-2629-9073 e faz também o acompanhamento gratuito das vítimas. O programa tem apoio da Pró-reitoria de Extensão da UFF e é vinculado a uma política pública do governo federal.

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O atendimento é feito por procura espontânea da mulher agredida ou por meio de encaminhamento de alguma outra instituição, como a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). Qualquer mulher vítima de violência pode procurar o hospital para ser atendida. A assistente social do HUAP, Leila Guidoreni, informou que o SOS Mulher atende mulheres que sofreram violência sexual ou doméstica. Como a rede municipal de Saúde de Niterói começou a atender os casos de violência sexual de forma mais ampla, o volume de mulheres acolhidas pelo HUAP caiu, ficando, atualmente, entre cinco e oito mulheres por mês.

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Leila revelou que a maior demanda no hospital envolve violência sexual. “Não há horário de atendimento certo, porque violência não tem hora para acontecer. A mulher pode chegar a qualquer momento e será recebida”, afirmou. Uma equipe multiprofissional, integrada por assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, ginecologistas e farmacêuticos atende as mulheres.

Como muitas delas chegam sentindo-se culpadas pelo que lhes aconteceu, a equipe multiprofissional procura trabalhar justamente a parte mental e de autonomia. “Essa mulher fica vinculada conosco até oficialmente ter alta. Existe uma norma técnica de atendimento que a gente segue, mas isso não quer dizer que ela não possa continuar no programa. É a mulher que define quando romper o vínculo, ou seja, ela permanece sendo assistida se assim for o seu desejo”, esclareceu Leila Guidoreni.

 

 

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