Covid-19: Rio atinge 70% de leitos em enfermarias e índice preocupa. Entenda
Nos leitos disponíveis para a doença em toda a rede SUS da cidade há lotação de 87% nas vagas de UTI
Pelo sétimo dia consecutivo em alta, a média móvel de casos do novo coronavírus preocupa especialistas. Não sem razão. De acordo com os últimos dados do governo estadual, divulgados no fim da tarde de segunda (23), são 54 mortes e 485 infectados (em geral, no primeiro dia útil este montante é menor, pois no fim de semana muitos dados ficam retidos nas secretarias). Ao todo, o estado soma 338 688 contaminados e 22 028 óbitos em decorrência do vírus, desde março.
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Na capital fluminense, com 44 mortes registradas e 192 novos casos, o montante é de 131 433 infectados e 12 979 mortes desde o início da pandemia. A partir destes dados, a média móvel passa a ser de 103 mortes diárias e 1 596 casos. Em comparação a duas semanas anteriores, o aumento é de 91% na média móvel de casos e de 186% quando se fala em vítimas da doença, o que indica um cenário de ascensão no contágio.
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Outro indicador relevante nesta seara é o número de internações. No município, o índice continua alto, de acordo com os dados obtidos nesta segunda (23). Considerando-se toda a rede SUS da cidade (que abarca leitos de unidades municipais, federais e estaduais), a lotação é de 87% (485 pessoas) em UTI, onde se tratam os casos mais complexos, e de 70% (556 internados) nas enfermarias, consideradas o abre-alas para a doença. No que diz respeito aos leitos disponibilizados pela prefeitura exclusivamente para o tratamento de acometidos pelo vírus, há 259 internados em 271 vagas de UTI, o que representa 96% de ocupação, e 294 em enfermarias, um total de 47%.
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“A enfermaria é a porta de entrada para casos mais severos da doença. Por isso, há que se olhar com mais cuidado para esses leitos, que retratam mais fielmente o cenário da atual realidade da pandemia. O crescimento nas internações de enfermarias desde 1º de novembro é de 39%, o que é muito preocupante. Se continuar neste ritmo, pode gerar um risco muito grande ao sistema de saúde”, alerta o economista e professor da pós-graduação do IBMEC Thiago de Moraes Moreira, que desde maio debruça-se sobre dados acerca do vírus no Rio.