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Coronavírus: Rio tem aglomeração em praias – e isso não surpreende ninguém

Praias e metrô lotam no primeiro feriado pós-flexibilização; areias disputadas e desrespeito a várias medidas de segurança provam ser desafio para o verão

Por Da Redação
Atualizado em 7 set 2020, 13h09 - Publicado em 7 set 2020, 11h34
praia cheia
Direito de ir e vir: liminar expedida pela juíza revoga a proibição de tomar banho de mar e de sol, entre outras medidas restritivas decretadas pelo prefeito (Cleo Guimarães/Veja Rio)
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Não dá para dizer que foi uma surpresa. A julgar pelo que se viu em fins de semana de temperaturas mais amenas, era de se esperar que as praias lotassem no primeiro feriadão ensolarado pós-flexibilização. O prefeito chegou a cantar esta pedra em suas recentes entrevistas coletivas, quando pediu aos cariocas que não fizessem exatamente o que fizeram no fim de semana prolongado: se aglomerassem nas areias, ignorando o decreto municipal que proíbe o banho de sol.

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A fiscalização já se mostrou ineficaz e as praias lotadas em dias de sol surgem como a grande questão para o verão que se aproxima. Além da aglomeração – em pontos como a Praia do Recreio não havia espaço de 30 cm entre cangas e cadeiras -, todas as irregularidades possíveis eram vistas na faixa de areia ao longo da orla. Próximo à praia, caminhões de gelo carregavam isopores lotados de bebidas alcoólicas (o que é proibido) para quem ia passar o dia pegando sol à beira-mar (igualmente proibido), e sem máscara (além de não poder, é passível de multa). Ambulantes ofereciam caipirinhas (não pode), e o isolamento não era respeitado.

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Barracas da mesma cor não deixavam dúvidas: elas estavam sendo alugadas às centenas pelos barraqueiros (mais uma proibição ignorada). Ônibus de turismo vindos de outros estados lotavam estacionamentos na Praia do Pontal, no Recreio (Zona Oeste), assim como as ruas que dão acesso à Praia do Leme, na Zona Sul. O calor se manteve intenso ao longo de todo o fim de semana: de acordo com a Prefeitura, a temperatura chegou a 34°C no domingo (6), com sensação térmica de 37.9°C. No sábado (5), quando a máxima chegou a 32°C, a cidade apresentou o menor índice de isolamento social das últimas três semanas: 37%.

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Iguais: alugadas para os banhistas, barracas de mesma cor não respeitam o distanciamento (Veja Rio/Reprodução)

No fim da tarde de domingo (6), véspera do feriado da Independência, imagens das praias cheias viralizaram e levaram a Prefeitura a divulgar um apelo à população. Em comunicado, o prefeito Crivella pedia aos cariocas (e turistas) “que sigam as regras do plano de flexibilização, visto que a pandemia ainda está em curso”.

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Pontinhos verde limão (a cor do uniforme dos guardas municipais que agem nas praias) se misturavam à multidão que lotava as areias. Até as 12h de domingo, os comboios da prefeitura notificaram 11 vendedores com pontos fixos por oferecer irregularmente cadeiras, guarda-sóis e bebidas alcoólicas. Um único barraqueiro teve 58 garrafas de cerveja apreendidas, e 39 ambulantes não autorizados foram orientados a deixar a orla.

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A Guarda Municipal afirmou que “mantém as ações de patrulhamento e de fiscalização das infrações sanitárias” em toda a cidade do Rio, incluindo as praias.  “O comboio das equipes (…) circula em toda orla da região para desmobilizar aglomerações, orientar os banhistas a não ficarem na areia e multam os cidadãos flagrados sem máscara.” A Guarda informou ainda que o levantamento das notificações do fim de semana será consolidado nos próximos dias.

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O Metrô  também estava com vagões cheios por volta das 12h30 nas estações Nossa Senhora da Paz (Ipanema), Cardeal Arcoverde (Copacabana) e Jardim Oceânico (Barra). A região da Rua Dias Ferreira, no Leblon, point de bares e restaurantes, também registrou aglomerações nos estabelecimentos e nas calçadas.

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