Artistas e profissionais da Cultura clamam por investimentos municipais

Em carta aberta a políticos, nomes ligados às artes visuais reclamam do descompasso entre a qualidade e a intensidade das realizações artísticas no Rio

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 13 nov 2020, 19h52 - Publicado em 12 nov 2020, 17h16
Artes plásticas: clamor por políticas públicas alinhadas no Rio  (Andrian Valeanu/Unsplash/Reprodução)
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A pandemia escancarou a falta de investimento da prefeitura aos equipamentos ligados à Secretaria Municipal de Cultura. Lonas culturais da cidade chegaram a ter a luz cortada por falta de pagamento.

Preocupados com a falta de diálogo entre criadores e poder público, um grupo de artistas, curadores e profissionais ligados à arte no Rio assinaram uma carta aberta a candidatos à prefeitura e à Câmara de Vereadores da cidade.

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Entre os signatários, estão as artistas Adriana Varejão, Bia Lessa, Marilá Dardot e Beatriz Milhazes; Brenda Valansi, diretora da ArtRio, Fabio Szwarcwald, diretor-executivo do MAM Rio e o cineasta Walter Carvalho.

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Um trecho do documento critica a descontinuidade de projetos em espaços de referência no Rio, que deveriam receber investimentos  contínuos da secretaria de Cultura. “Infelizmente, o pouco investimento municipal no fomento e na difusão da produção artística reduz o potencial de nossos museus e centros culturais e, com isso, de nossos artistas e criadores. Quando espaços de referência para as artes — Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo, Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho, Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, Museu Bispo do Rosário, Museu de Imagens do Inconsciente, Museu de Arte do Rio, entre outros — têm suas programações descontinuadas, gera-se um grande descompasso entre a qualidade e a intensidade das realizações artísticas no Rio de Janeiro e o que as instituições devolvem para a população.”

O diretor do MAM afirma que o momento é de união. “A situação é muito ruim para quem vive da cultura e também para a sociedade, que deveria desfrutar das produções culturais. É fundamental que haja uma integração entre os agentes da cultura e os agentes públicos. Com uma política sólida de investimentos, todos saem ganhando”, afirma Fabio Szwarcwald.

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A carta também apresenta propostas para os candidatos, a exemplo do aumento da verba pública para a Secretaria Municipal de Cultura, que deve ter gestão transparente e informações de acesso público; abertura de editais e políticas públicas nas artes visuais que garantam a interlocução e o acesso, especialmente, a grupos historicamente marginalizados ou excluídos, como populações negras e indígenas, pessoas com deficiência, comunidades com religião de matriz africana e pessoas LGBTQIA+.

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Além disso, os artistas pedem a expansão do ensino de artes nas escolas municipais — Ensino Fundamental ao Médio —, nos Núcleos de Arte Municipais e nas Casas de Acolhida para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

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