Caso Anic: laudo mostra que advogada foi estrangulada por abraçadeira
Necrópsia não bate com relato inicial da defesa de Lourival Fatica de que morte teria sido causada por um soco no pescoço
Anic Peixoto Herdy diz que a vítima foi morta por estrangulamento, através de asfixia mecânica. É o que diz o laudo de exame de necropsia, segundo o qual uma abraçadeira, também conhecida como “enforca-gato”, foi usada para cometer o crime. Em coletiva de imprensa, no entanto, a defesa de Lourival Fatiga, assassino confesso, afirmou que Anic teria sido morta após levar um soco no pescoço.
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Ao portal G1, a advogada de defesa de Lourival, Flávia Fróes, confirmou o uso da abraçadeira plástica, mas ressaltou que um sangramento comprova que ele desferiu também o soco que relatou. A versão, segundo ela, seria comprovada pelo material encontrado nos lençóis do motel onde teria ocorrido o assassinato. Ela também disse que Lourival já tinha falado sobre a abraçadeira.
“Ele confessou que usou a abraçadeira, que apertou com bastante força, conforme está na audiência na Justiça, que é anterior ao encontro de cadáver. Se a morte foi por asfixia, isso não invalida que ele tenha dado o soco. Desde a confissão dele, ele disse que utilizou essa mecânica no pescoço da Anic”, afirmou Flavia Froes. Em nota, a defesa de Lourival disse que, na audiência de colaboração espontânea, o réu narrou que após o soco que desferiu em Anic, o qual causou grande sangramento, fez uso do “fitilho” no pescoço da vítima.”Durante a reprodução simulada, ele novamente afirmou o uso do objeto durante a execução da vítima. O encontro de sangue no lençol com a marca do hotel arrecadado no local da ocultação do corpo confirma integralmente a versão do acusado quanto ao modo de execução do crime de homicídio”, diz a nota.
A advogada Anic Peixoto Herdy foi vista pela última vez no dia 29 de fevereiro deste ano, parando o carro em um shopping na Rua Teresa, em Petrópolis, e andando a pé pelo polo comercial. Nenhuma câmera flagrou Anic sendo rendida, mas o carro de Lourival foi visto na região e no mesmo horário. Na noite de 29 de fevereiro, o marido de Anic, Benjamin Cordeiro Herdy, recebeu pelo celular uma mensagem enviada do número dela comunicando do sequestro. A pessoa que escrevia a Benjamin exigiu um resgate de R$ 4,6 milhões e mandou que todas as tratativas até a soltura fossem conduzidas por Lourival. Ele era um faz-tudo dos Herdy e virou amante de Anic.
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A polícia ainda quer entender se Lourival agiu sozinho, como ele alega em sua versão sobre os fatos, ou se teve ajuda para conseguir tirar o corpo de Anic do carro e depois enterrar e concretar a vítima. Na última quarta (23), ele participou de uma reprodução simulada do dia do crime em Petrópolis e Teresópolis, na Região Serrana. Na primeira parte, ele ficou dentro de um carro semelhante ao que utilizava no dia em que a vítima foi vista viva pela última vez. Uma perita da Polícia Civil fez o papel de Anic. A segunda parte da reprodução aconteceu em um motel no distrito de Itaipava, em Petrópolis, onde Lourival diz ter matado a vítima. Outra etapa da reprodução simulada aconteceu na casa de Lourival, em Teresópolis, onde o corpo da advogada foi encontrado. Uma boneca chegou a ser usada para simular o corpo de Anic. Um homem que teria ajudado Lourival a cavar o buraco também foi chamado para participar da reprodução. Segundo a Polícia, ele não é investigado por suspeita de participar do crime.
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