As 10 doenças mais comuns nas mulheres (e como evitá-las)
O acúmulo de atividades e o estresse acarretam uma série de doenças que antes estavam fora do radar feminino
Estima-se que as mulheres respondam por 51,5% da população brasileira, algo em torno de 100 milhões de pessoas. No mercado de trabalho, elas já representam 44,6%, número que só fez crescer nos últimos anos. A participação feminina em todos os segmentos não trouxe apenas alegrias às mulheres. O acúmulo de atividades e o estresse acarretam uma série de doenças que antes estavam fora do radar delas.
A seguir, a lista das 10 doenças mais comuns em mulheres, seus sintomas, fatores de risco e a melhor forma de tratá-las.
1 – Doença Arterial Coronariana: Segundo as avaliações da Med-Rio Check Up, em 1990, a cada nove infartos, um era em mulher. Hoje, para cada três infartos, um é em paciente do sexo feminino. E detalhe: em mulheres cada vez mais jovens. A doença coronariana é a principal causa de mortes por doenças cardiovasculares entre mulheres no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Os principais fatores de risco são: estresse crônico, maus hábitos de vida como fumo, insônia, sedentarismo, alimentação inadequada, além de uso de pílula anticoncepcional, hipertensão e colesterol elevado.
2 – Câncer de pele: Tipo de tumor mais frequente em mulheres, a exposição ao sol sem proteção é o principal fator de risco da doença. Alguns sintomas são: pintas e manchas com relevo; pinta castanha ou preta que muda de tamanho, textura e forma; e manchas ou feridas que não cicatrizam. A boa notícia é que cerca de 90% dos cânceres de pele diagnosticados precocemente têm cura.
3 – Infecções Urinárias: De acordo com a Associação Americana de Urologia, 60% das mulheres apresentarão um episódio de infecção urinária ao menos uma vez na vida. Os sintomas são dor na região pélvica, ardência e vontade de urinar mais vezes. O diagnóstico de infecção urinária é feito por meio de análises laboratoriais da urina.
4 – Câncer de Mama: Segundo câncer mais recorrente nas mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. A doença corresponde a quase 30% de todos os casos de câncer registrados no Brasil. De quase 60 mil novos diagnósticos descobertos por ano, 15 mil resultam em morte. O diagnóstico precoce eleva em quase 100% as chances de cura. Alguns sintomas são: nódulos ou caroços que não causam dores no início; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no mamilo; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; saída espontânea de líquido pelos mamilos.
5 – Esteatose Hepática: Mais conhecida como gordura no fígado, tem como principais fatores de risco o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e carboidratos, sedentarismo e colesterol alto. Os sintomas são dor no abdômen, cansaço, fraqueza, perda de apetite, barriga inchada e dor de cabeça constante. Exames laboratoriais, de imagem e biopsia podem indicar a presença da doença.
6 – Câncer de Colo do Útero: É o terceiro tipo de tumor mais frequente entre as mulheres. A doença tem origem, principalmente, em infecções não tratadas de HPV, transmitido por meio de relações sexuais desprotegidas. Afeta 16 mil brasileiras por ano e se rastreado precocemente, apresenta 100% de chance de cura. O câncer de colo de útero tem evolução lenta e só manifesta sintomas quando atinge estágios avançados. Nesses casos, a mulher pode apresentar: sangramento vaginal intermitente ou após as relações sexuais, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada à queixas urinárias ou intestinais.
7 – Doenças Respiratórias: As doenças pulmonares obstrutivas crônicas compreendem o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. Essa condição representa a sexta causa de mortes em mulheres de todas as idades no Brasil e tem como principal causa o tabagismo. Nas avaliações da Med-Rio Check Up, observamos mais fumantes mulheres (8%) do que homens (5%). Os principais sintomas são: falta de ar, tosse crônica, cansaço e produção de catarro. O diagnóstico é confirmado por meio de testes de espirometria, que avalia a limitação variável ao fluxo de ar, além de exames de imagem, oximetria de pulso, análise dos gases sanguíneos, entre outros.
8 – Câncer de Tireoide: Afeta três vezes mais as mulheres do que os homens, segundo o INCA. Este é o quinto tipo de tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste (sem considerar o câncer de pele não melanoma). Pode surgir em qualquer idade, mas é mais frequente entre os 30 e 50 anos. Entre os principais fatores de risco da doença estão histórico de radiação do pescoço, histórico familiar e dietas pobres em iodo. Se detectado precocemente, o câncer de tireoide pode ser curado. É importante ressaltar que cerca de 90% dos nódulos que surgem na tireoide são benignos. Alguns sintomas são rouquidão, sensação de falta de ar, dificuldade de engolir alimentos e nódulos na região anterior baixa do pescoço.
9 – Diabetes: De acordo com o Ministério da Saúde, 8,1% das brasileiras tem diabetes, doença crônica caracterizada por altos níveis de glicose no sangue. Sem o tratamento adequado, o diabetes leva a sérias complicações de saúde. Entre as suas principais causas estão a obesidade, o sedentarismo e o histórico familiar. Alguns sintomas são sede excessiva, perda de peso repentina, cansaço constante e urinar excessivamente. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames laboratoriais.
10 – Câncer Colorretal: Este tipo der câncer representa a 10a causa de mortes de mulheres na faixa etária entre 30 e 69 anos. Até o fim do ano, o INCA estima o surgimento de mais de 18 mil casos da doença – 1.600 a mais do que entre os homens. Alguns dos sintomas são sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso. O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de exames, como a colonoscopia.
A maioria das doenças podem ser diagnosticadas e tratadas mediante exames e consulta médica. Não deixe de agendar uma visita ao seu médico ou de agendar um check up de rotina.
Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check Up, líder brasileira em check up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).