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Thalita Rebouças: ‘As redes sociais potencializaram o bullying’

Uma das autoras mais lidas (e vendidas do país), escritora carioca completa duas décadas de carreira e lança novo livro, escrito durante a pandemia

Por Cleo Guimarães
10 dez 2020, 19h43

Bienal sem fila de adolescentes à espera de um autógrafo vai ser novidade para Thalita Rebouças, de 46 anos. Uma das autoras mais lidas (e vendidas do país), ela vai lançar neste sábado (12) seu 24º livro, Pai em Dobro, na edição virtual do evento paulistano. A pandemia do coronavírus chegou bem no ano em que ela completa duas décadas de carreira, e o compromisso de escrever durante o isolamento a ajudou a superar uma depressão. “Eu estava pancada da cabeça”, diz. Thalita concedeu a seguinte entrevista a VEJA RIO:

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Você já vendeu mais de dois milhões de livros e suas obras foram traduzidas em mais de 20 países. Existe algum segredo para escrever para o público adolescente? Tento não usar uma linguagem tatibitate, trato os jovens sem pensar na idade. Me esforço para fazer com que eles tirem suas próprias conclusões sobre assuntos importantes, ensino a pescar, não dou o peixe. E o feedback que recebo deles é incrível.

Que tipo de retorno você costuma receber? Uma menina de 14 anos me disse “Nossa, eu descobri que era homofóbica lendo os seus livros. Obrigada por me fazer perceber isso”, foi lindo. Outra contou que estava fazendo quimioterapia e quando viu, estava às gargalhadas no hospital durante as sessões. Nessas horas eu vejo que a vida tem jeito.

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Nesses 20 anos de carreira, acha que as angústias enfrentadas pelos adolescentes mudaram de alguma forma? Os problemas são os mesmos desde que o mundo é mundo: bullying, crush, inseguranças variadas. Mas eles não tinham esses nomes nem a lente de aumento das redes sociais. A pressão aumentou porque a crueldade, no caso do bullying, por exemplo, antes era restrita ao ambiente do colégio, do balé. Hoje viraliza, todo mundo vê, fica sabendo. Vinte anos atrás não tinha nem orkut.

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Seus textos já foram adaptados para o teatro, para o cinema e para a TV. Pai em Dobro fez o caminho inverso: nasceu roteiro e virou livro. Como foi a experiência? Foi a coisa mais legal que já fiz na minha vida. Aumentar o texto foi uma delícia, tinha muita coisa ainda para ser contada e que não cabia em uma hora e meia. Fora que eu escrevia um pouquinho a cada dia durante o período mais crítico da pandemia. Me fez muito bem, eu estava pancada da cabeça, deprimida. Mal mesmo.

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Mulheres com mais de 30 anos que não exercem a maternidade costuma ser julgadas e até pressionadas para terem filhos. Você, que escreve para o público juvenil, deve sentir esta pressão também, não? Nossa, muito. Na dúvida se eu queria ter filho ou não, optei por não ter, percebi que não tinha vocação para ser mãe. Foi uma decisão totalmente consciente e me incomoda muito quando mães me olham com uma cara de “Tadinha… Nunca vai saber o que é amor verdadeiro”. Isso me irrita! Fora que o fato de eu escrever para adolescentes faz com que muita gente pense: ‘Como assim? Ela fala tão bem sobre os assuntos ligados à maternidade…’ Gente, não preciso matar ninguém para escrever sobre um assassino.

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