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Seu Jorge se pronuncia sobre ataque racista e Polícia intima testemunhas

"Cobraremos das autoridades que a justiça prevaleça e os criminosos sejam devidamente punidos", diz o cantor em vídeo postado em suas redes

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 out 2022, 15h55 - Publicado em 18 out 2022, 15h53

Seu Jorge falou pela primeira vez nesta segunda (17) sobre o ataque racista que sofreu enquanto realizava show um show em Porto Alegre, na última sexta (14). Em um vídeo de mais de nove minutos, postado no Instagram, trazendo a bandeira do Rio Grande do Sul ao fundo, ele elogiou o estado, comentou o que aconteceu e falou contra o racismo.

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O cantor contou que foi contratado pelo clube Grêmio Náutico União para fazer um show reservado para sócios. O artista frisou que na plateia do show não havia pessoas negras, exceto os funcionários. “Eu ouvi dizer que eles estavam proibidos de olhar para mim ou falar comigo quando eu chegasse no local do show”, disse, emendando que depois falou e tirou foto com todos.

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Ele explicou que, quando estava atrás do palco, ouviu vaias e xingamentos, e percebeu que seria possível fazer o bis. Então voltou ao microfone, agradeceu e foi embora. “Na verdade, o que eu quero dizer aqui é que eu não reconheci a cidade que eu aprendi a amar e respeitar. Não era a cidade que eu conhecia, dos inúmeros shows”, lamentou. “Na verdade, o que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista.”

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Ele agradeceu as mensagens de apoio e de repúdio ao comportamento de alguns no clube que recebeu de pessoas de Porto Alegre. “E é muito bom saber que, ao menos depois de tudo isso, a nossa conexão não se rompeu nem se romperá. E agora estaremos bem mais fortes e unidos cada vez mais na luta intensa contra o racismo e toda forma de preconceito e toda forma de discriminação“, afirmou.

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Ele ainda se dirigiu ao povo negro do Rio Grande do Sul e de toda a região do sul do país. “Quero dizer que amo todos vocês, e admiro e respeito, e digo também que estamos mais unidos do que nunca, e que vamos vencer essa guerra que segrega o nosso povo à miséria e à falta de oportunidades no Brasil. Que mata e maltrata nossos filhos, sobrinhos, primos, primas, irmãos, irmãs todos os dias.

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Também deu a entender que irá tomar as medidas legais cabíveis. “Estaremos na luta juntos, denunciando e combatendo todo tipo de tipificação da nossa gente, e respondendo com excelência, preparo, coragem, sabedoria e diplomacia. Nunca, jamais, nos curvaremos ao racismo e à intolerância, seja ela qual for. Não cederemos um milímetro sequer e combateremos, e cobraremos das autoridades que a justiça prevaleça e os criminosos sejam devidamente punidos. A lei é para ser cumprida“, afirmou.

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A delegada responsável pelo caso, Andréa Mattos, disse ao site F5, da Folha de S. Paulo, que foi aberto um inquérito para investigar os fatos. “Dei um prazo de três dias para o clube nos fornecer as imagens e vou intimar o presidente do clube e pedir para que seja identificada a equipe organizadora. Depois disso, quero analisar as imagens e verificar o que foi dito. Na sequência quero ouvir testemunhas”, adiantou.

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Ela afirmou que, pelos vídeos que circulam pelas redes sociais, é possível perceber que houve prática racista no show, mas que prisões são mais difíceis de acontecer. “Obviamente, a mancha na ficha criminal de quem comete esse ato é pesada“, pondera.

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O presidente do Grêmio Náutico União deve ser ouvido nesta quinta (20). “A ideia é ouvir todos, inclusive pessoas que estavam trabalhando no dia. Vamos ver se conseguimos identificar os autores. Queremos concluir esse e outros casos sempre num tempo pequeno, mas dependemos de vários fatores”, diz a delegada.

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De acordo com relatos nas redes sociais, durante sua apresentação no clube de Porto Alegre na última sexta (14), Seu Jorge foi xingado de “vagabundo” e “safado”, e foram ouvidos gritos imitando macacos. Tudo isso teria ocorrido após o artista convidar o cavaquinista Pedrinho da Serrinha, 15 anos, para uma participação, e aproveitar para discursar contra a redução da maioridade penal e a morte de jovens pretos nas favelas.

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