Renato Góes sobre sucesso de Pantanal: “O brasileiro precisava sonhar”
Intérprete de José Leôncio na trama, o ator acredita que a novela trouxe de volta um sentimento que andava em falta no país
Sucesso como o José Leôncio na primeira fase de Pantanal, no ar na faixa das nove da Globo, Renato Góes acredita que a trama trouxe de volta um sentimento que andava em falta no país. “A novela, nos últimos quinze anos, vem num processo natural e normal de agregar plots e tipos de dramaturgia do cinema e, nos últimos cinco, principalmente das séries e dos streamings. Por ser um remake, Pantanal tem um formato que, por si só, já causa nostalgia. É uma dramaturgia que nos remete a um tempo de muita leveza, a um tempo em que você sentava na frente da TV e assistia àquela história sem uma polarização dos fatos. Sem querer, Pantanal trouxe, no momento certo, um sentimento do qual o país precisava”, diz.
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Ele defende que o brasileiro sempre sonhou, mas estava precisando se permitir isso novamente. “E acho que Pantanal fez as pessoas se permitirem. Ver de novo, sonhar de novo, pensar de novo, comentar de novo sobre novela, enfim. Espero que seja um novo tempo”, torce. O ator conversou com VEJA RIO no camarote Nosso, na Sapucaí, do qual sua esposa, a atriz Thaila Ayala, é musa. Os dois são pais de Francisco, de 4 meses.
Elogiado por sua atuação na trama da Globo, Góes é modesto e diz que, para ele, foi fácil, porque seu personagem já tinha um carisma muito grande e uma boa aceitação por parte do público na versão original, de 1990, exibida na extinta TV Manchete. “E aí só fiz não atrapalhar a trama”, brinca. “O Paulo (Gorgulho, que viveu José Leôncio jovem em 1990) me deixou uma responsa muito grande. Mas o Marquinhos Palmeira (o José Leôncio maduro da regravação) foi muito generoso, a gente trocou muito, e eu só fiz seguir o texto. O resto foi resultado da trama”, exagera.
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Ele acredita que José Leôncio, apesar de um tanto contraditório, conquistou os telespectadores porque seus defeitos são humanizados na história. “Acho que isso faz com que toque as pessoas”, arrisca. “Eu, de fato, não julguei ele em nenhum momento. Só resolvi entender todo o lado dele. Então foi prazeroso ver a resposta do público, porque eu não fiz pensando em resposta, eu fiz pensando em ser fiel à retidão do personagem”, garante.
Pantanal foi escrita por Benedito Ruy Barbosa e ficou anos engavetada na Globo. Contratado pela TV Manchete em 1990, ele finalmente pôde realizar sua obra. A novela se tornou um sucesso e passou a ganhar da Globo em audiência. A nova versão é assinada por Bruno Lupeti, neto do autor, e vem batendo recordes. Desde a sua estreia, no dia 28 de março, até a última segunda (18), a trama marcou 27,2 pontos de média de audiência. Nos primeiros 19 capítulos do folhetim, o Ibope na faixa aumentou em 22% comparado à média de audiência geral de Um Lugar ao Sol (2021), sua antecessora. Em menos de um mês no ar, o remake já estava entre as cinco novelas mais comentadas no Twitter pelos brasileiros durante o primeiro trimestre.
Ainda colhendo os frutos do reconhecimento pelo papel, Renato Góes em breve vai fazer a fila andar: daqui a uma semana, ele começa a preparação para viver o antagonista de Mar do Sertão, a próxima novela das seis, que estreia em agosto. “Para mim, é muito bom, porque eu venho de quatro mocinhos, tentando, em cada um deles, dar um caminho diferente. Mas é realmente uma entrega muito grande. Agora, com um vilão, eu já parto de um discurso sem justiça. Isso para mim já muda tudo”, resume.
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