Ao entrar na fila preferencial do embarque no aeroporto, Ney Matogrosso já precisou apresentar algumas vezes sua identidade para comprovar a idade e não ouvir desaforos. Com tamanha vitalidade, na vida e nos palcos, fica mesmo difícil acreditar que o cantor tenha os 82 anos registrados no RG. Em 2023, ele rodou o Brasil e o mundo com a turnê Bloco na Rua: foram 63 shows em mais de quarenta cidades, incluindo Lisboa, Londres e Nova York, para um público de mais de 500 000 pessoas.
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Bela maneira de comemorar meio século de uma trajetória iniciada com a banda Secos e Molhados, em 1973. “Na verdade, não estou festejando nada, é a continuação da minha vida. Nunca parei de trabalhar porque é algo que gosto muito de fazer”, afirma. E o ritmo apertou. “Talvez seja uma vontade geral de tirar o atraso daqueles dois anos miseráveis de pandemia”, explica.
A aposentadoria nem cruza a mente do sul-mato-grossense, que serviu na Aeronáutica até se mudar para o Rio, aos 25 anos, para fazer teatro e música. O resto é história. Ney imortalizou canções como Sangue Latino, O Vira e Rosa de Hiroshima, para depois engatar em voo solo e consagrar Poema e Yolanda. “Subir ao palco é excitante, não consigo viver sem isso. Tenho ânimo de sobra e vou seguir até ficar impedido”, garante. Em 2023, Ney regravou Máscara, da cantora Pitty, e lançou o single Por que Você Não Vem Morar Comigo?, com a amiga Simone.
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No ano que se avizinha, outras parcerias serão seladas e também terão início as filmagens de Homem com H, filme sobre sua vida, protagonizado por Jesuíta Barbosa — cujo roteiro vem sendo acompanhado de perto pelo cantor. “Sinto que em 2024 minha carreira dará outro pinote. Não vou antecipar nada até que aconteça. Vocês saberão”, promete.