Lenny Niemeyer é a carioca do ano na categoria moda
Dona de uma das mais admiradas grifes de moda praia do Brasil, ela celebra a chegada aos trinta anos da marca com novas lojas e salto de vendas
No fim de novembro, diante de um pôr do sol dourado e da estonteante paisagem do Rio de Janeiro do outro lado da Baía de Guanabara, modelos desceram a rampa do Caminho Niemeyer, em Niterói, desfilando a coleção comemorativa pelas três décadas da grife Lenny Niemeyer.
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O evento foi dedicado a Fabio Lemos, um dos principais colaboradores da estilista, que morreu vítima da Covid-19. Durante os dois últimos anos, Lenny não só enfrentou a dor do luto, como trabalhou dobrado no cenário pandêmico: batalhou para manter intacto o quadro de funcionários, fabricou quase 5 000 máscaras distribuídas gratuitamente com a ajuda da Central Única das Favelas e da ONG Lar Meninos de Luz, e ainda desenvolveu estratégias para reestruturar o e-commerce e crescer em meio à crise.
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Resultado: um aumento de 250% em vendas on-line em relação a 2019 e mais duas lojas próprias, inauguradas em Goiânia e Belo Horizonte. “Mas o melhor resultado foi poder manter toda a equipe. Num momento como este, ou você se solidariza com todo mundo, da diretoria às costureiras, ou nada faz sentido”, reflete a estilista, considerada uma das maiores designers de moda praia do país.
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“Eu sentia falta de uma roupa que pudesse ser usada em qualquer situação, na praia e fora dela, que é a vida que a carioca leva.”
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Unanimidade não é algo que se encontre fácil na indústria da moda. As picuinhas entre estilistas são comuns e sempre efervescentes. Lenny Niemeyer, porém, atravessou as décadas cada vez mais respeitada por seus pares. Prestes a completar 70 anos, em janeiro, e tendo sobrevivido a um aneurisma em 2016, às vésperas de um desfile, ela estreou no mercado dos biquínis no início dos anos 1990, quando o setor era dominado por homens, como David Azulay, da Blue Man, e Cidinho Pereira, da Bumbum.
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Nascida em Santos e criada em São Paulo, era uma estranha nas areias cariocas. Mas o olhar estrangeiro fez com que enxergasse o que ninguém estava vendo. “Eu sentia falta de uma roupa que pudesse ser usada em qualquer situação, na praia e fora dela, que é a vida que a carioca leva. Essa sempre foi minha grande inspiração”, lembra Lenny, que produz por mês 25 000 peças, encerra 2021 com 22 lojas pelo Brasil e tem mais três para inaugurar no próximo ano.
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“Nem sempre é fácil empreender por tanto tempo, mas valeu a pena”, conclui.