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Na categoria arte, Maxwell Alexandre é eleito o carioca do ano

Dono de uma arte contestadora, o jovem da Rocinha viu suas obras se espalharem por museus do mundo todo e sonha em construir um centro cultural

Por Renata Magalhães
Atualizado em 17 dez 2021, 09h53 - Publicado em 17 dez 2021, 06h00
Maxwell Alexandre
Maxwell Alexandre: artista ocupa Museu Histórico da Cidade com sua galeria itinerante (Leo Lemos/Divulgação)
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No fim de novembro, Maxwell Alexandre conseguiu um feito para poucos: inaugurou simultaneamente três exposições. Duas foram no Brasil, na ponte aérea Rio-São Paulo, a outra no belo Palais de Tokyo, em Paris. “Sou abençoado, mas meu caso é uma exceção”, lembra o jovem de 31 anos, que nasceu e cresceu na Rocinha, onde mora até hoje e lá mantém seu ateliê.

Estrela em ascensão no universo da arte contemporânea, Maxwell ganhou o reconhecimento de críticos, colecionadores e colegas ilustres após a série Pardo É Papel — a ideia era dar uma cutucada em relação à cor usada de forma pejorativa para esconder a verdadeira negritude.

Segundo Adriana Varejão, são obras que aliam pensamento plástico e narrativa política de maneira surpreendente. Para Beatriz Milhazes, a linguagem é toda construída com muito vigor.

Primeiramente exibida no Museu de Arte do Rio e depois transportada para o paulistano Instituto Tomie Ohtake, as pinturas em grandes dimensões mostram corpos negros, desde crianças e policiais militares até ícones da luta antirracista, como a vereadora Marielle Franco e a cantora Beyoncé.

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“Quero construir um polo criativo com design, costura, fotografia, música e arte. Pode apostar: será o centro cultural mais relevante da cidade.”

Após quase enveredar pela patinação profissional, o “menino bom de desenho”, como sua mãe costuma dizer, se viu fisgado pelas tintas enquanto cursava, com bolsa, a graduação de design na PUC-Rio.

Formado em 2016, participou no ano seguinte de uma convocação da Galeria Carpintaria, braço carioca da agência Fortes D’Aloia & Gabriel, que representa importantes artistas contemporâneos. Levou para expor uma gigantesca obra, já em papel pardo, que deu o que falar à época.

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Dali, o menino-prodígio carioca intensificou a produção, conquistou uma residência artística em Londres, visitou cidades como Madri, Berlim e Veneza com seu trabalho, e viu seus traços se espalharem por acervos nacionais e internacionais.

Agora, sua maior empreitada é a criação de um estúdio que alie linguagens variadas. “Quero construir um polo criativo com departamento de design, sala de costura, estúdio de fotografia, de música, espaço expositivo. Pode apostar: será o centro cultural mais relevante da cidade”, afirma com a certeza de quem já escreve um novo capítulo na história da nossa arte.

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