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‘As pessoas vão morrer de fome se Búzios ficar fechada’, diz empresário

Dono de um dos hotéis mais sofisticados da cidade, Santiago Bebianno diz que situação é 'terrível' e critica decisão do juiz pelo lockdown: 'Injustiça'

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 18 dez 2020, 15h21 - Publicado em 18 dez 2020, 13h25

A determinação da Justiça para que Búzios restabeleça um lockdown às vésperas das festas de fim de ano pode levar à falência boa parte dos negócios da cidade, caso a medida permaneça em vigor. Esta é a opinião do empresário Santiago Bebianno, dono do Casas Brancas, um dos mais hotéis mais sofisticados do balneário – e ele diz que é este o sentimento entre absolutamente todas as pessoas que investem e trabalham em Búzios. “Medidas têm que ser tomadas mas é preciso bom senso. Vai ter gente morrendo de fome”, afirma. Santiago concedeu a seguinte entrevista para VEJA RIO:

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Como está a cidade em lockdown? Vê alguma saída? A decisão pelo lockdown teve como justificativa o não-cumprimento de parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC): faltariam leitos para internação de contaminados pela Covid-19, prometidos pela prefeitura. Se não tem leito de UTI, a culpa não é nossa, é do governo. Eu falo por mim, mas sei que outro hotéis fizeram o mesmo: cumprimos a nossa parte. Eu fiz tudo certinho, cumpri absolutamente todas as medidas, que me custaram caro, aliás. É muita injustiça.

O que você considera injusto? Os hoteleiros e comerciantes que seguiram à risca as medidas do governo pagarem o pato por quem não fez o certo. Vamos ser honestos: no Rio também não tem leito disponível, por que o lockdown só aqui? Quero deixar claro que sou a favor de medidas restritivas, até porque perdi três pessoas muito próximas para a Covid. Mas é preciso bom senso. Estou me sentindo um idiota por ter feito tudo certo e ter que fechar de novo. Isso não é justo.

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A cidade pode entrar numa crise econômica séria, não? O mais triste é isso. Estávamos começando a sair do buraco, foram cinco meses fechados. Não demiti ninguém, e olha que tenho mais de 70 funcionários. Fiquei sambando de um empréstimo no banco para o outro, a situação é terrível. A verdade é que eu não vou resistir a mais um lockdown, Nem eu nem ninguém, a cidade tem que reabrir logo.

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Festas de Réveillon estão sendo planejadas, ingressos vendidos. Você também vai promover festa na virada do ano? Não. Isso é erradíssimo. O momento não é de festa, é um absurdo pensar nisso agora. Ontem morreram mais de mil pessoas no pais, por puro desleixo. Sou totalmente a favor de todas as medidas, mas o lockdown em Búzios, só em Búzios, é de uma injustiça atroz. Minha expectativa, e a de todo mundo aqui, é que essa decisão seja revertida logo. Estamos lutando para isso. ATUALIZAÇÃO: ainda nesta sexta, o desembargador Cláudio de Mello Tavares cassou a decisão que fechava a cidade. Leia aqui  Coronavírus: lockdown em Búzios é suspenso pela Justiça

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