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Leniel Borel é eleito o carioca do ano na categoria cidadania

O engenheiro encontrou no luto pela perda de Henry, o filho covardemente assassinado, forças para brigar por leis mais rígidas de proteção às crianças

Por Paula Autran
Atualizado em 17 dez 2021, 09h54 - Publicado em 17 dez 2021, 06h00
Leniel Borel
Leniel Borel - Engenheiro transformou o assassinato do filho, Henry, de 4 anos, em motivação para lutar pelo direito das crianças, brigando por leis para protegê-las. (Andre Arruda/Veja Rio)
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O engenheiro Leniel Borel havia traçado muitos planos para o futuro de seu único filho. Todos ruíram com a morte de Henry, ocorrida em março, aos 4 anos, em decorrência de “hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente”, segundo laudo do IML.

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De acordo com a denúncia do Ministério Público, o garoto foi vítima das torturas do padrasto, o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, no apartamento em que vivia com sua mãe, Monique Medeiros.

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“Queria entender o propósito de algo tão terrível ter acontecido com meu filho. Hoje me sinto amputado: a melhor parte de mim não está mais comigo”, desabafa. A tragédia levou Leniel para a Justiça, onde ele enfrenta dupla jornada — além de buscar a condenação dos culpados pela morte de Henry, o engenheiro luta para deixar um legado a outros pais. Aos 37 anos, ajudou a criar um projeto de lei para atuar no combate à violência doméstica contra crianças e adolescentes.

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Elaborada nos moldes da Lei Maria da Penha, voltada à assistência das mulheres, a Lei Henry Borel busca criar mecanismos para coibir e prevenir novos casos de morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial às crianças no âmbito da família e de suas relações íntimas de afeto.

“Esta lei não é para mim e para o Henry. Não poderá ser aplicada aos agressores do meu filho, mas ajudará a salvar muitos outros”

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A proposta ainda altera o Código Penal para aumentar as penas desses crimes. “Essa lei não é mais para mim e para o Henry. Ela só começa a valer depois de aprovada e não poderá ser aplicada aos agressores do meu filho, mas ajudará a salvar muitos outros”, diz Leniel, que já conseguiu a primeira vitória: o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados em julho e seguiu para o Senado.

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Mas ele não pretende parar por aí. O estatuto da ONG Henry Borel está pronto e Leniel anda às voltas com um livro sobre o caso. “Já fui ameaçado, mas não tenho medo de ninguém. Esses são os próximos capítulos da minha batalha”, avisa o pai de Henry, determinado a dar sua contribuição para reverter índices intoleráveis.

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No estado do Rio, um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) feito com base em 3 635 ocorrências de lesão corporal dolosa em crianças de até 12 anos mostrou que as agressões aumentaram 29% no primeiro semestre deste ano. Uma realidade que precisa mudar já.

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