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Farm se desculpa e tira do ar ação com código de funcionária baleada

Morta nesta terça (8), Kathlen Romeu era vendedora da grife, que recebeu uma enxurrada de comentários negativos após lançar promoção póstuma com seu nome

Por Cleo Guimarães
10 jun 2021, 14h12
A imagem mostra Kathlen Romeu
Kathlen Romeu: A designer de interiores era vendedora da Farm de Ipanema (Instagram/Reprodução)
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Alvo de críticas indignadas nas redes sociais nesta quarta (9), após anunciar uma ação de marketing envolvendo o nome de Kathlen Romeu, a Farm recapitulou horas depois e pediu desculpas. Baleada durante um tiroteio na comunidade do Lins de Vasconcelos, Kathlen era vendedora da grife e estava grávida. Enquanto a notícia de sua morte ainda repercutia no noticiário, a marca usou seu perfil oficial no Instagram para anunciar que havia criado um cupom de desconto no nome da funcionária.

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De acordo com a Farm, o objetivo da macabra estratégia de marketing seria ajudar financeiramente a família da vendedora – mas sem abrir mão do lucro.  “A partir de hoje, toda a venda feita no código de Kathlen terá sua comissão revertida em apoio para a sua família”, dizia um trecho da mensagem. O fato de apenas uma pequena porcentagem da venda ser revertida aos parentes da funcionária (por ser comissão, a empresa não deixaria de faturar nem um centavo) causou indignação e incômodo na web.

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Acusada de oportunista, a Farm foi atacada no Instagram também por ex-vendedoras. “Eu entrei para a Farm em 2016. Na época a empresa tinha acabado de se envolver em uma grande confusão por causa de racismo. Depois desse episódio, eles abriram um quadro para funcionárias negras e eu acabei passando. Eles não tinham nenhuma estrutura para receber funcionários racializados, só estavam querendo incluir gente preta para poder calar a boca do que estava acontecendo na época”, contou a ex-funcionária Janice Mascarenhas, que é negra.

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Janice contou detalhes de ataques racistas sofridos por ela dentro da própria empresa. Outra vendedora, também negra e identificada no Twitter como Alanne, conta ter trabalhado por cinco meses na Farm. “Foi o tempo que aguentei”, escreveu ela, lembrando que uma das regras para as funcionárias é que elas são obrigadas a comprar o próprio uniforme – “Só a sandália custava 500 reais”.

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Mais de 17 000 comentários (98% deles em tom indignado e críticos à postura da empresa) foram postados no Instagram, o que levou a Farm a se retratar e publicar um post, sem foto, em fundo preto, onde se lê: ERRAMOS. Nele, a marca se desculpa pela ação e diz que entendeu a gravidade do que fez. “Por isso, retiramos o código E957 do ar. Continuaremos dando o apoio e suporte à família, como fizemos desde o primeiro momento em que recebemos a notícia”.

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Em nota enviada a VEJA RIO, a assessoria de imprensa da marca informa que vai reverter integralmente as vendas que foram geradas através do código para a família de Kathlen. “Olhamos hoje pra Farm com a consciência da nossa função social na redução das desigualdades e seguiremos acelerando todos os nossos programas de inclusão e equidade. Agora o momento é de luto e acolhimento”

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