Dias Ferreira: advogado agredido por Guarda Municipal quebrou a mandíbula
João Aquiles levou golpes de cassetete no rosto em operação contra aglomeração no Leblon; 'Foi muita covardia', disse, por escrito (ele não consegue falar)
Agredido por agentes da Guarda Municipal na madrugada deste domingo (11), na Rua Dias Ferreira, no Leblon, o advogado João Aquiles de Paiva terá que passar por uma cirurgia de reconstrução da mandíbula. Ele também teve sete dentes quebrados nos golpes de cassetete que levou quando estava caído no chão, quase desfalecido.
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Internado no Hospital Souza Aguiar, João, de 53 anos, contou a VEJA RIO o que aconteceu – por escrito, já que não está conseguindo falar, por causa do impacto das pancadas na boca. Eis o seu relato: “Os guardas estavam reprimindo as pessoas na rua, e alguém jogou um copo de cerveja. Eles escolheram um garoto qualquer e queriam levá-lo para o carro deles”, conta o advogado.
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“Eu e dois amigos fomos pedir pra liberarem o menino. Aí eles partiram pra cima da gente”. Nesta hora, lembra João, um dos agentes usou o cassetete para afastá-lo – ele segurou o porrete. “Foi quando veio outro e me deu mata-leão (golpe de enforcamento do jiu-jítsu). Quando eu estava desfalecendo, ele largou.”
Amigo do advogado, Cesar Ricotta presenciou toda a agressão e tentou ajudá-lo. Ele se diz impressionado com a agressividade dos agentes. “Foi uma atitude desproporcional e totalmente covarde”, diz. “Se era para dispersar por que não bateram na perna, por exemplo? Foram direto no rosto, poderiam ter matado ele”.
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João está na fila do Souza Aguiar para a intervenção cirúrgica, marcada, a princípio, para este sábado (17). O prefeito Eduardo Paes e o Secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, enviaram mensagens de solidariedade a João. “Inacreditável. Os caras serão punidos”, escreveu Paes. A Guarda Municipal informou, em nota, que encaminhou o caso para a corregedoria da corporação. Segundo eles, os agentes envolvidos na agressão foram afastados das funções. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) disponibilizou as imagens da agressão para análise da 14ªDP (Leblon), que investiga o caso.
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