Dom: o que é verdade na série sobre o ‘bandido gato’ do Rio
Morto pela polícia em 2005, Pedro Dom assaltava casas de luxo, aterrorizava vítimas e realmente passou por diversas internações para se livrar da cocaína
Lançada no início do mês pela Amazon Prime Video, a série Dom, produzida pela Conspiração, revolve a história de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, e vem fazendo um grande sucesso no streaming.
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Com uma direção de arte impecável, a série dirigida por Breno Silveira (de Dois Filhos de Francisco) e estrelada por Gabriel Leone e Flavio Tolezani transporta o espectador para as décadas de 70 – contando a história de Victor Lomba, pai de Dom -, 90 e 2000.
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A produção afirma ser inspirada em fatos reais e, em nome de uma narrativa que prenda quem se propõe a assistir a oito episódios de quase uma hora cada, omite algumas passagens da curta vida do controverso personagem. Mas o que é verdade e o que é ficção na série? Confira abaixo.
Lourinho playboy. Morto pela polícia em 2005, aos 23 anos, o jovem nascido e criado na Zona Sul do Rio ficou conhecido como ‘bandido gato’. Louro, de olhos claros, ele se viciou em cocaína bem no início da adolescência, passou por diversas internações e aterrorizou famílias abastadas da cidade em assaltos que ganharam as páginas dos jornais no início dos anos 2000.
Assaltos barra pesada. A produção atenua bastante a forma com a qual Pedro Dom praticava seus crimes, mostrando majoritariamente cenas em que ele e o bando escolhem roubar casas vazias.
Na vida real, no entanto, Dom ameaçava as vítimas nos imóveis que invadia com uma granada na mão. Certa vez, ele pôs o artefato próximo a uma criança, torturando psicologicamente suas vítimas.
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Pai arrependido. A série conta duas histórias paralelamente: a de Dom e a do seu pai, o policial aposentado Victor Lomba. Na juventude, ele queria ser mergulhador, mas acabou indo trabalhar para a polícia, nos anos de chumbo da ditadura militar, infiltrado em favelas do Rio, e acompanhou a chegada da cocaína ao Rio.
O passado de Victor, na série, explica como ele se torna um pai abnegado e atormentado pelo vício e a escolha do filho pelo crime.
Foi ele quem procurou Breno Silveira, quatro anos após a morte do filho, pedindo para que o cineasta contasse a história dos dois. Ele próprio chegou a escrever um livro, O Beijo da Bruxa, inspirado na história que viveu. Morto em 2018, o pai de Pedro Dom entendia que a guerra às drogas era infundada e se orgulhava do filho que, apesar de criminoso, nunca matou ninguém.
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Ida à favela. Cenas que parecem ficção, como a ida de Victor armado a uma favela para buscar o filho e a passagem em que o policial aposentado algema Dom na cama aconteceram na vida real.
Gosto pelo perigo. Atropelado na infância, Pedro foi diagnosticado com uma condição do sistema nervoso que praticamente o impediria de sentir dor. A série dá a entender que a escolha do jovem pela adrenalina causada pelas drogas e o mundo do crime tenha derivado deste fator físico. No entanto, não há como afirmar que uma condição leve à outra.
Jasmin e Viviane. As personagens de Raquel Villar e Isabella Santoni representam as diversas mulheres que passaram pela vida de Pedro Dom. Na vida real, ele teve um intenso relacionamento com Ângela Cerqueira, mãe de seu único filho, que hoje tem 16 anos. No entanto, Dom morreu antes de registrar a criança e foi necessário um exame de DNA para comprovar a paternidade. Ângela chegou a integrar a quadrilha que assaltava prédios de luxo, agindo de forma similar às personagens Jasmin e Viviane.
Amizades. Morto em 2015, Celso Pinheiro Pimenta, conhecido como Playboy, chegou a ser o criminoso mais procurado do Brasil – à época, oferecia-se R$ 50 000,00 pela captura dele. Ele era o chefão do tráfico do Morro da Pedreira, Zona Norte do Rio e comandava uma quadrilha de roubo de carga. Qual bando ele integrou, no início dos anos 2000, quando abraçou de vez a vida no crime? O de Pedro Dom, é claro, seu antigo colega de colônias de férias em Laranjeiras, Zona Sul da cidade.