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Obesidade abdominal gera mais risco de AVC em mulheres

Segundo um estudo liderado pelo Hospital do Mar, em Barcelona, na Espanha, o acúmulo de gordura na barriga pode acarretar no tipo isquêmico

Por Agência Estado
Atualizado em 11 Maio 2017, 14h26 - Publicado em 11 Maio 2017, 14h25
Obesidade abdominal: aumento do risco de mortalidade em homens (Raquel Espírito Santo/Acervo Abril/Divulgação)
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A obesidade abdominal aumenta o risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, principalmente em mulheres, enquanto um maior índice de massa corporal (IMC) age como fator de proteção nos homens, de acordo com um estudo liderado pelo Hospital do Mar, em Barcelona, na Espanha, segundo informações da Agência EFE.

Conforme a investigação, que teve a participação de 388 pacientes com isquemia e 732 voluntários saudáveis, a obesidade abdominal seria uma medida melhor para prever o risco de isquemia do que o IMC, sobretudo nas mulheres. Os resultados foram publicados na revista European Journal of Neurology.

O trabalho encabeçado pelos neurologistas Ana Rodríguez e Jaume Roquer, concluíram que as medidas de gordura abdominal servem para prever o risco de sofrer um AVC. O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) acontece quando uma parte do cérebro deixa de receber sangue subitamente pelo fechamento de alguma de suas artérias. Segundo os pesquisadores, entre os fatores de risco estão as interações ambientais, genéticas e sistêmicas, como a obesidade.

Roquer explicou que geralmente as mulheres apresentam uma maior percentagem de gordura corporal, mas o acúmulo na zona abdominal é mais comum nos homens e propõe medir a obesidade abdominal em vez de avaliar a gordura corporal global através do IMC para prever o risco de isquemia.

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“O motivo é que o perímetro de cintura reflete melhor o grau de adiposidade do que o IMC, principalmente no sexo feminino. Dados estatísticos mostram que um maior IMC previne o risco de AVC em homens, o que concorda com o denominado ‘paradoxo da obesidade ‘, que relaciona a obesidade com uma menor mortalidade e recorrência de isquemia”, detalhou Ana Rodríguez.

A neurologista acrescentou que a obesidade abdominal, considerada independentemente do IMC, constitui um fator de risco para ambos os sexos, embora muito mais acentuado nas mulheres.

“O IMC não é um indicador confiável para o prognóstico do risco de isquemia, já que informa o peso, mas o peso pode ser devido à gordura – que é a que aumenta o risco de ter isquemia – e a massa magra. Pessoas muito corpulentas e com muita massa muscular podem ter um IMC muito elevado e não ter gordura”, afirmou ela.

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Nesta investigação, os médicos calcularam o IMC e a obesidade abdominal – esta última, mede a circunferência da cintura e a relação cintura/altura – dos 1.120 participantes. Tantos os pacientes quanto o grupo de controle mostraram IMCs parecidos, embora a circunferência de cintura e a relação cintura/altura fossem maior nos pacientes com isquemia.

Até agora, estudos anteriores tinham associado claramente a obesidade com doenças cardiovasculares, mas não com o risco de AVC isquêmico.

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