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A relação da obra de Nelson Leirner com suas andanças pelo comércio da Saara

Exposição na Gávea joga luz sobre a relação do artista com o local, aonde ia frequentemente comprar objetos que depois ressignificava em suas obras

Por Kamille Viola
Atualizado em 1 abr 2022, 20h47 - Publicado em 23 mar 2022, 17h08
Quadro com um cenário de guerra: céu laranja pelo fogo que sai do chão e aviõezinhos de plástico por toda a tela
America America (2005): Obra de Nelson Leiner - (./Reprodução)
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Uma das características mais marcantes da obra de Nelson Leirner (1932-2020) foi a ressignificação de objetos do cotidiano em suas criações. Não à toa, eram frequentes suas idas ao comércio popular da Saara, no Centro, para comprar matéria-prima para seu trabalho. Essa relação está presente na mostra que a galeria Silvia Cintra + Box 4 recebe a partir desta sexta (25), uma homenagem aos noventa anos do artista.

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Com curadoria de Agnaldo Farias, amigo que acompanhou o processo criativo de Leirner ao longo dos anos, Peregrinações no Saara reúne obras dos últimos vinte anos da produção do artista. Bichos de pelúcia, bonecos de plástico, santos, skates, adesivos, selos e troféus eram utilizados em reflexões sobre os mais diversos temas, das guerras ao consumismo, passando pelo erotismo.

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A mostra também inclui a exibição do documentário Assim É Se Lhe Parece, da diretora Carla Gallo, que registrou algumas dessas peregrinações de Nelson Leirner pelo comércio popular.

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Pintor, desenhista e cenógrafo, Leirner morreu em 2020, aos 88 anos. Sua obra destacou-se sempre pelo bom humor e a crítica afiada, inclusive ao próprio mundo da arte. Em um dos momentos mais marcantes de sua carreira, submeteu uma criação, O Porco (um animal empalhado enjaulado) ao festival 4º Salão de Arte Moderna de Brasília. O trabalho, que foi aceito, era um questionamento sobre os limites da arte.

Silvia Cintra + Box 4. Rua das Acácias, 104, Gávea. Seg a sex, 10h/19h. Sáb., 12h/16h Até 30 de abril.

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