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MAM Rio vai reabrir sem cobrança obrigatória de ingresso

Reabertura do museu acontece no dia 12 de setembro, com exposição Campos Interpostos. Parte externa do prédio passará a receber intervenções artísticas

Por Marcela Capobianco
27 ago 2020, 16h57

Após mais de cinco meses com as portas fechadas, o Museu de Arte Moderna do Rio vai voltar a operar no dia 12 de setembro, de quinta a domingo, sem cobrança obrigatória de ingresso. Na bilheteria, haverá apenas uma tarifa sugerida: o visitante paga se puder e o quanto julgar justo. A nova gestão, com Fabio Szwarcwald à frente, quer tornar a instituição mais aberta e solidária, e investir na formação de público.

No próximo dia 2 de setembro – data que marca os dois anos do trágico incêndio que destruiu o Museu Nacional – o MAM Rio inicia o Programa Intervenções, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, que comissiona artistas visuais para criarem projetos para as áreas externas da instituição, no Aterro do Flamengo. A estreia fica a cargo do artista mineiro Thiago Rocha Pitta, com a obra Noite de Abertura.

Um vídeo e uma escultura, ambos inéditos, ficarão expostos do lado de fora do museu. O estudo de uma formulação de topologia analítica denominada “clopen” (sem tradução para o português) afirma que os conceitos de aberto e fechado não seriam de ruptura, mas de continuidade cíclica. De acordo com este princípio, em um sistema clopen é possível estar simultaneamente aberto e fechado, dentro e fora.

No foyer do MAM Rio, The Clopen Door, uma projeção de grandes dimensões, apresentará um filme inédito no qual uma fogueira queima continuamente, até a total destruição de uma porta de madeira localizada em seu ponto mais alto. Graças à configuração arquitetônica do local, a imagem extrapola os limites da tela e reflete, não só no piso de granito preto, mas através das paredes de vidro do museu, transformando o espaço em uma grande fogueira imagética.

Thiago Rocha Pitta: intervenção no lado de fora do MAM Rio (Divulgação/Divulgação)

O vídeo será apresentado diariamente ao público apenas nos horários em que a instituição estiver fechada: sempre das 17h às 22h. “É uma experiência inovadora para o museu receber um trabalho que será ativado apenas à noite, durante o período de fechamento”, avalia Fabio Szwarcwald, diretor-executivo do MAM Rio.

Já no vão livre do museu projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, será instalada uma escultura que se apropria da estrutura de uma fogueira à espera de ser acesa, com uma porta fixada em seu topo, como a que queima no vídeo. A porta de madeira, vinda da casa do artista, em Petrópolis, vai contrastar com a arquitetura modernista do museu.

Campos Interpostos

Campos Interpostos é a exposição que marca a reabertura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), no dia 12 de setembro. Reunindo cerca de setenta obras do acervo do museu carioca, de cinquenta artistas brasileiros e estrangeiros de vertentes variadas, a coletiva parte da articulação espaço-temática entre fachada e plano pictórico.

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A curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes estabelece correlações que atravessam o conjunto da produção artística brasileira das últimas sete décadas. A mostra apresenta trabalhos comprometidos com o figurativismo marcado pelo modernismo de 1922, bem como obras construtivistas e abstratas, exibindo pinturas, desenhos e gravuras de artistas que,
alinhados pela diversidade de suas poéticas, se interessaram pontualmente pela representação de espaços ou de áreas arquitetônicas frontais.

Hildebrando de Castro: pintura da série Janelas estará em mostra que marca reabertura do MAM Rio (Jaime Acioli/Divulgação)

Em Campos Interpostos, o visitante encontrará um corte transversal que exibe amplo repertório de formas, cores e imagens. A pintura neoconcreta de Willys de Castro, que dá título à mostra, divide espaço com trabalhos de Alfredo Volpi, Athos Bulcão, Bernhard e Hilla Becher, Carlos Scliar, Cristiano Mascaro, Djanira, Flávio Shiró, Geraldo de Barros, Hildebrando de Castro, Iatã Cannabrava, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Ivan Serpa, José Bechara, Lina Kim, Maria do Carmo Secco, Maria Leontina, Maurício Dias e Walter Riedweg, Nelson Leirner, Nuno Ramos, Oswaldo Goeldi e Rochelle Costi, entre outros.

De acordo com a curadoria, a exposição apresenta dois eixos: um imagético e outro teórico. Textos de artistas e críticos – como Paulo Herkenhoff, Frederico Morais, Mario Pedrosa, Fayga Ostrower e Maurice Denis – integram o corpo físico da mostra, criando um solo semântico para os planos pictóricos fronteiriços.

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A mostra dos Irmãos Campana, interrompida em março, também poderá ser visitada.

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