Festa Literária das Periferias ganha versão digital
Em tempos de pandemia, Flup rompe barreiras com debates realizados no Rio, Europa e África, homenageando Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus
Ponto de encontro de poetas, escritores, pensadores e moradores de favelas cariocas, a Festa Literária das Periferias (Flup) chega à sua nona edição em um formato digital.
Com uma programação cada vez mais dedicada às questões raciais, as homenageadas de 2020 são Carolina Maria de Jesus e Lélia Gonzalez, autoras que estão na origem do feminismo negro brasileiro.
+ Para receber VEJA Rio em casa, clique aqui
As atividades começam nesta quinta (29), com o lançamento do livro Por um Feminismo Afrolatinoamericano, organizado por Flavia Rio e Márcia Lima, que traça um panorama amplo da obra da filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez, pensadora tão múltipla quanto engajada.
Também nesta quinta (29), haverá a exibição do documentário Quadro Negro, de Bruno F. Duarte e Sil Bahia, sobre a juventude negra que reinventou o cotidiano das universidades brasileiras.
O festival também acontece nos dias 30 e 31 de outubro e 1º, 6, 7 e 8 de novembro. Além das mesas de debates no Rio de Janeiro, haverá discussões transmitidas diretamente de Paris, Edimburgo, Madri, Lisboa, Berlim e Joanesburgo.
+ Museu Casa do Pontal se despede do Recreio com exposição do acervo
As discussões serão focadas nos impactos na sociedade após a morte de George Floyd, segurança norte-americano estrangulado por um policial em Minneapolis, em maio deste ano.
No dia 6 de novembro, a mesa E Se Ele se Chamasse George? terá Cristina Roldão e a deputada Beatriz Gomes numa discussão sobre o assunto.
+ SuperVia vai distribuir livros higienizados nesta quinta (29)
No mesmo dia, o debate Meu Corpo é Meu País terá como voz uma personalidade importante na batalha contra o racismo: Mamadou Ba. Ativista, nascido no Senegal, Ba mora hoje em Portugal e vive constantemente ameaçado em função de sua incansável luta pelos direitos dos negros.
Também participam das diversas mesas da Flup ativistas como Sonia Guajajara, o rapper Emicida, a filósofa Djamila Ribeiro, a escritora italiana Silvia Federici e o escritor Anderson França.
A programação pode ser acompanhada através da página da Flup no Facebook e pelo canal do Youtube do festival.
+ Maria Ribeiro: “Descancelando 2020”
Uma das atrações mais esperadas, o Slam Cuír, competição de poesia falada, terá 16 competidores e uma banca de jurados formada por personalidades LGBTQIA+. Cada chave será aberta por performances de poetas de países como Argentina, Colômbia, República Dominicana, Chile e outros – uma prévia para o Slam das Américas, competição prevista para 2021.