Nova exposição do MAR reúne 200 imagens feitas pelo francês Pierre Verger
Fotógrafo — que viveu no Brasil por 50 anos, até sua morte — fez retratos em suas viagens ao redor mundo, frutos de seu fascínio por outras culturas
Na década de 1930, o fotógrafo Pierre Verger saiu da França em busca do contato com outras culturas, movido pelo fascínio pelas diferenças. Parte dos registros que fez em suas viagens está na mostra Todos Iguais, Todos Diferentes?, que chega neste sábado (11) ao Museu de Arte do Rio (MAR). A entrada é gratuita no dia de abertura.
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São mais de 200 fotografias, expostas em diversos formatos e suportes — ampliações recentes e documentos originais, além de uma projeção com retratos realizados por Verger ao longo da sua vida. A curadoria de é Alex Baradel.
A exibição traz ainda depoimentos de artistas, intelectuais e pensadores dos países fotografados por Verger, entre eles Esteban Volkov e Juan Coronel Rivera, netos do revolucionário russo Leon Trótski e do pintor mexicano Diego Rivera, respectivamente.
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Na exposição, também será vendido livro-catálogo homônimo, com retratos produzidos por Verger entre os anos 1930 e 1970, em mais de 20 países dos cinco continentes.
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Pierre Verger passou o período entre 1932 e 1946 viajando quase que ininterruptamente e vivendo de sua fotografia, que negociava para jornais, revistas, agências e centros de pesquisa. Em 1946, conheceu Salvador, que despertou nele o interesse em estudar as relações culturais e históricas entre a Costa do Benim e a Bahia. Embora nunca tenha deixado de viajar, escolheu a cidade para viver.
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Tendo se iniciado no candomblé na em Salvador em 1948, pelas mãos de Mãe Senhora, na África se iniciou no culto de Ifá, recebendo o nome de Fatumbi, “nascido de novo graças ao Ifá”, em 1953. A intimidade com a religião, que tinha começado na Bahia, facilitou o seu contato com sacerdotes, e ele acabou se tornando babalaô, um adivinho do jogo do Ifá, com acesso às tradições orais dos iorubás. Nessa mesma época, começou a trabalhar também como pesquisador.
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A história e, sobretudo, a religião dos povos iorubás e de seus descendentes, na África Ocidental e na Bahia, passaram a ser os temas principais de suas pesquisas e de sua obra. Em 1988, criou em Salvador a Fundação Pierre Verger, transformando sua casa em um centro de pesquisa. Morreu em fevereiro de 1996, na capital baiana, aos 93 anos, devido a um edema agudo no pulmão e insuficiência cardíaca.
Museu de Arte do Rio. Praça Mauá, 5, Centro. Qui. a dom., 11h/18h (última entrada às 17h). Abertura: Sáb. (11), 11h. R$ 10,00 a R$ 20,00.
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