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Em documentário, Gilberto Gil celebra candomblé e clama por liberdade religiosa

Filme sobre bastidores de gravações de canções em homenagem a Mãe Carmen, Iyalorixá do Terreiro do Gantois, em Salvador, estreia em janeiro na GloboNews

Por Marcela Capobianco
Atualizado em 28 dez 2020, 13h14 - Publicado em 28 dez 2020, 13h14

Bem antes da pandemia virar do avesso o mundo todo, Gilberto Gil convocou músicos como Alcione, Gal Costa, Ivete Sangalo, Marisa Monte e Jorge Ben para celebrar a vida e a trajetória de Mãe Carmen, Iyalorixá do Terreiro do Gantois, na capital baiana.

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A reunião estrelada resultou no disco Obatalá – Uma Homenagem a Mãe Carmen, indicado ao Grammy Latino 2020 na categoria Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa. Os bastidores das gravações foram transformados num documentário, que estreia na GloboNews no dia 10 de janeiro.

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O canal complementou o material captado durante as gravações com entrevistas e imagens simbólicas dos ritos  do candomblé através das canções. “Foi um desafio e tanto. Nesses tempos de intolerância, falar de uma religião que abraça o respeito à natureza é muito importante”, conta Cristina Aragão, roteirista da emissora.

VEJA RIO conversou, por e-mail, com o músico Gilberto Gil, sobre liberdade religiosa e criativa e, claro, o novo trabalho.

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1 – O disco traz uma série de encontros – algo que não pudemos ter ao longo de 2020, por causa do novo coronavírus. Você acredita que a música nasce dos encontros? Como a pandemia o afetou nesse sentido?

Como a epidemia restringiu os encontros e as próprias reuniões nos centros de candomblé, esse projeto reata a relação com esse mundo mágico da religião afro-brasileira. É um disco que promove o encontro entre o mundo de criadores, artistas, cantores e intérpretes com o mundo de preservação de uma matriz religiosa importantíssima. Há uma dimensão artística profunda, que envolve a música, a dança e os grandes complexos de percussão que caracterizam a música do candomblé e de raízes africanas. Esse é o caráter do projeto ‘Obatalá’. O nosso objetivo é proporcionar diálogo entre a música popular através de artistas representativos da Bahia, que é o grande centro do candomblé no Brasil.

2 – Vemos aqui no Rio constantemente terreiros sendo atacados. O disco e o documentário são um pedido de respeito às religiões de matriz africana?

As casas de santos, terreiros de candomblé, todos esses lugares estão sendo atacados muito fortemente em várias regiões, como no Rio de Janeiro e na Bahia. Um projeto como Obatalá é uma produção que, ao manifestar a beleza, a força, a integridade de uma cultura religiosa de matriz africana, fortalece a exigência de que os terreiros sejam respeitados e preservados. Queremos que eles continuem se estabelecendo como um local de encontro de todo povo brasileiro que respeita a diversidade cultural e religiosa.

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3 – Acredita que a liberdade criativa só existe quando há liberdade em todas as esferas da vida?

A liberdade criativa é uma das manifestações entre tantas outras formas de se expressar sem barreiras. Tudo isso se configura no campo ético, no campo do respeito às equidistâncias entre os vários modos de manifestação de liberdade individual ou coletiva. Na medida em que a criatividade é livre para manifestar a grande variedade da percepção humana sobre a existência, fica evidente que a liberdade criativa só pode prosperar e existir de maneira plena.

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