Quando criança, Moacyr Lima fez parte do projeto social Meninos do Boxe, idealizado pelo professor Cláudio Coelho na Academia Nobre Arte, situada no Morro do Cantagalo. A passagem pelo ringue foi fundamental para que ele encontrasse seu caminho profissional: em 2010, Lima formou-se treinador e, em seguida, virou instrutor do projeto. Cinco anos depois, desenvolveu uma nova modalidade do esporte, em que as aulas são realizadas na praia, o beachboxing. Bem-sucedido na empreitada, que desde 2012 tem até uma federação, deu início ao Treinando no Beachboxing da Vida, para oferecer aulas gratuitas a jovens de comunidades carentes. “Quero ajudar a molecada a encontrar um caminho legal, positivo, como aconteceu comigo. O esporte salvou a minha vida e chegou a hora de retribuir”, explica ele.
Com cerca de cinquenta alunos já matriculados, entre 7 e 17 anos, atualmente o projeto tem dois núcleos: um na Barra (em frente à Avenida do Pepê, 930) e o outro em São Conrado (na altura do Posto 13, próximo à Rocinha). Para tocar tudo, Lima conta com apenas quatro voluntários. Mesmo assim, sonha em expandir a ação. Já obteve o alvará necessário para levar o beachboxing às praias de Ipanema (voltado para os jovens do Pavão-Pavãozinho), Copacabana (Morro dos Cabritos), Leme (Babilônia e Chapéu-Mangueira), Botafogo (Dona Marta), Flamengo (Tavares Bastos e adjacências) e ao Parque Olímpico (comunidades de Madureira, Cascadura e Oswaldo Cruz). “Ainda precisamos conseguir apoio para desenvolver os outros pontos”, diz o treinador, que, no último dia 4, promoveu um torneio na Praia da Barra para atrair patrocinadores. “Vou continuar com essa batalha. Meu objetivo é fazer dos meninos campeões na vida, com responsabilidade e respeito. É isso que importa.”