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Helena Varvaki brilha em <em>A Outra Casa</em>, do americano Sharr White, que trata com inteligência a questão da deterioração mental. Confira os outros destaques
Juliana Smithton (Helena Varvaki), renomada psiquiatra, se prepara para apresentar uma palestra. O assunto é o remédio contra demência desenvolvido por ela. Magra, metida em um terninho elegante, exala eficiência. Um lapso de memória durante a apresentação, porém, dá início a um processo de desorientação crescente. A partir daí, não sabemos se aquilo em que a doutora acredita é a verdade. Ela pode ou não estar se separando do marido (Alexandre Dantas). Pode ou não ter conversas telefônicas com sua filha, desaparecida há dez anos. E sempre se refere a uma certa “outra casa”. A trama bem urdida do americano Sharr White leva o espectador a acompanhar este drama do ponto de vista de Juliana e, ao mesmo tempo, receber pistas sobre o que realmente acontece. No entanto, as peças da narrativa só se juntam no final. A Outra Casa (The Other Place, no original) poderia ter sido traduzida como “o outro lugar”, mas a versão em português perderia força. Neste não-lugar, sempre outro, sempre fugidio, habita a protagonista, perdida na própria mente. Enquanto busca a sanidade, em embates com os circunstantes, ela se humaniza. Ótimas atuações e o timing do texto sofisticado nos levam a crer que, na vida, também nos perdemos, mas este é um labirinto no qual vale a pena se embrenhar.