Continua após publicidade

Cariocas embarcam em aventura no ártico com caçador de aurora boreal

Roteiro caro e inusitado pela Noruega e pela Finlândia atrai cariocas interessados em assistir ao show de luzes polares

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 2 jun 2017, 12h24 - Publicado em 3 out 2015, 01h00

Outubro de 2014, 3 horas da madrugada. A essa hora, um grupo de cerca de vinte brasileiros percorria de micro-ônibus uma estrada isolada na Noruega. Lá fora, fazia 15 graus negativos e o céu estava repleto de estrelas. De repente, uma freada brusca. “É agora, vamos descer!”, bradou o guia Daniel Japor, entusiasmado. Os passageiros se levantaram, atônitos, com câmeras fotográficas e tripés em punho. De repente, lá estava ela, a aurora boreal, colorindo o firmamento de verde com pitadas de vermelho bem acima da cabeça dos curiosos. Conhecido como caçador de auroras, Japor conectou uma caixinha de som ao celular e pôs para tocar músicas como As Quatro Estações, de Vivaldi, e Viva la Vida, da banda Coldplay. Alguns turistas gritaram, outros choraram, enquanto a médica Tatiana Castro, moradora de Niterói, se deitou no asfalto e lá ficou, hipnotizada, olhando para o alto. “Você se sente em um filme de ficção científica. É inacreditável”, descreve a psiquiatra. Ao longo de quase duas semanas, o grupo capitaneado pelo niteroiense Japor, que já levou mais de 500 pessoas ao Hemisfério Norte, conseguiu ver as luzes todos os dias.

Daniel, Maria e Theo
Daniel, Maria e Theo ()

A primeira vez que Japor presenciou uma aurora, seu sonho de infância, foi em 2006, em Tromsø, na Noruega. Mochileiro à época, ele encontrou por acaso um cemitério coberto de neve, escuro e afastado da iluminação da cidade. Era o local perfeito para avistar o fenômeno. Naquela noite, não conseguiu dormir de tanta emoção. Após levar o aventureiro Clayton Conservani, do quadro Planeta Extremo, do Fantástico, para ver as luzes do Norte, em 2010, o assédio em torno do caçador aumentou. Hoje, a agência de turismo de Japor, voltada exclusivamente para a caça de auroras, faz oito saídas anuais do Brasil para a Noruega, entre setembro e março. A viagem dura treze dias, e custa 15 000 reais por pessoa, com passagem ainda pela Finlândia. Como se trata de um fenômeno natural, sem dia nem hora para acontecer, a busca sempre tem um tom de suspense. “Uso ferramentas do site da Nasa e de universidades para fazer o monitoramento”, explica Japor, que no mês passado levou a esposa, Maria, e o filho Theo para a aventura. Ele também estuda, diariamente, os mapas de nuvens da região. “Às vezes, é preciso dirigir a noite inteira para fugir do céu nublado”, diz. Por isso, uma simples caçada pode durar oito horas, madrugada adentro, sob temperaturas que variam de 6 a 20 graus negativos.

Infografico
Infografico ()

Caçar auroras figura entre uma das experiências mais exóticas do globo, um tipo de viagem que atrai quem busca exclusividade, boas histórias para contar e fotografias deslumbrantes — mesmo com o dólar batendo recordes sucessivos. Acampar em cabanas que lembram iglus em meio às geleiras da Islândia, como fizeram a cantora americana Beyoncé e o rapper Jay-Z, explorar a vida marinha das Maldivas em um submarino, ou desbravar o Rio Mekong, entre o Vietnã e a Tailândia, a bordo de um barco de luxo, também estão entre os passeios mais inusitados que atraem turistas interessados no ineditismo e que não se preocupam com gastos. Moradora do Flamengo, a aposentada Margareth Elias, de 58 anos, é fã de roteiros do tipo. Já esteve na Islândia, no Alasca, no Egito, na Tasmânia e duas vezes na Noruega, com Daniel Japor. A primeira em 2013, e a segunda no mês passado. “Dessa vez, a aurora foi ainda mais incrível, porque as luzes estavam mais fortes. Foram duas horas seguidas de cores tremulantes, logo na primeira noite. Até rezei em agradecimento”, conta a turista.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.