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As peças com melhor classificação em 2017 na Veja Rio

No recesso do circuito, entre o Natal e o Ano-Novo, relembramos seis peças que marcaram o ano pelo talento transbordante exibido em cena

Por Renata Magalhães
Atualizado em 22 dez 2017, 11h30 - Publicado em 22 dez 2017, 11h30

Gisberta

✪✪✪✪ Gisberta. No ano em que muito se discutiu intolerância, Luis Lobianco protagonizou um libelo contra o preconceito inspirado em história real: a trajetória da travesti brasileira do título, do preconceito familiar à sua morte, em Portugal. O ator divide o palco com os músicos Lúcio Zandonadi, Danielly Sousa e Rafael Bezerra, revelados e escondidos por engenhoso jogo de luz. Lobianco canta, desdobra-se em personagens variados e leva o espectador do riso à lágrima. A peça ganha nova temporada em 2018, após breve turnê.

Adeus Palhaços Mortos
(Victor Iemini/Divulgação)

✪✪✪✪ Adeus Palhaços Mortos. Ousadia experimental do grupo paulistano Academia de Palhaços, levada ao Sesc Copacabana em maio. Na adaptação do conto Um Trabalhinho para Velhos Palhaços, do romeno Matéi Visniec, o diretor José Roberto Jardim narra de forma singular a história de três palhaços que se reencontram em uma agência de empregos. A atuação afiada de Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio, em meio a frenéticas projeções sobre o grande cubo no cenário, merece um bis na cidade, após a curta temporada de 2017.

Monólogo Público
(Julia Rodrigues/Divulgação)

✪✪✪✪ Monólogo Público. O delicioso jogo de palavras, que explora a potência da língua portuguesa, começa pelo título da montagem. Sozinho em cena, relembrando o trabalho iniciado em 2004 com a Trilogia Brasileira, Michel Melamed repassa sua trajetória, expondo conflitos amorosos, profissionais e, principalmente, existenciais. A mesma história é contada com palavras diferentes, em desafiadora estrutura narrativa que leva o ator, em determinados momentos, a se colocar em situações extremas.

Tom na Fazenda
(José Limongi/Divulgação)

✪✪✪✪ Tom na Fazenda. Armando Babaioff e Gustavo Vaz (substituído por Gustavo Rodrigues na última temporada) se entregam de forma visceral ao texto do canadense Michel Marc Bouchard. Na trama violenta e, ao mesmo tempo, carregada de poesia, um publicitário conhece a família de seu recém-falecido namorado e descobre que o relacionamento dos dois era um segredo. Sob a direção cuidadosa de Rodrigo Portella, a peça passou quase o ano inteiro em cartaz e reestreia em 12 de janeiro, no Teatro Dulcina.

Agosto
(Silvana Marques/Divulgação)

✪✪✪✪ Agosto. Não poderia haver celebração melhor para os quarenta anos de carreira de Guida Vianna: conhecida por papéis cômicos, a atriz esbanjou talento dramático na montagem do texto de Tracy Letts. Duas temporadas bem-sucedidas, no Oi Futuro e no Teatro Ipanema, garantiram a reestreia, em 11 de janeiro, no Teatro Sesi Centro. No papel de uma mulher amargurada, que precisa lidar com uma reunião familiar após o desaparecimento de seu marido, Guida faz dobradinha afinada com Leticia Isnard. André Paes Leme dirige os onze atores em cena.

Atores no palco, em cima de um sofá
(Lee Kyungkim/Divulgação)

✪✪✪✪ Love, Love, Love. Mais um acerto do mineiro Grupo 3 de Teatro, o espetáculo foi encenado no Oi Futuro. A plateia é levada a uma reflexão sobre a passagem do tempo e os embates de geração. Em ótima atuação, Yara de Novaes e Débora Falabella estão no equilibrado elenco, ao lado de Mateus Monteiro, Rafael Primot e Ary França. Ponto bastante positivo, a instigante direção de Eric Lenate revela bastidores do fazer teatral e cria bem-vindos respiros entre os três momentos da mesma família apresentados em cena.

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