Bases da moderna MPB
Instrumentistas tarimbados interpretam arranjos do maestro Radamés Gnattali (1906-1988)
Integrante do Sexteto Radamés Gnattali, Chiquinho do Acordeão era encarregado de guardar as partituras do conjunto comandado pelo pianista e maestro gaúcho. Pouco antes de morrer, em 1993, entregou esse material em dezenas de caixas a Henrique Cazes. Com o tesouro sob sua guarda, Cazes chamou outros quatro conceituados instrumentistas – Maria Teresa Madeira (piano), Marcos Nimrichter (acordeão), Omar Cavalheiro (contrabaixo) e Oscar Bolão (bateria) – e formou o Novo Quinteto, para interpretar os arranjos originais. Na terça (20), no Teatro João Caetano, o grupo vai mostrar ao vivo por que Gnattali (1906-1988) é um dos nomes mais importantes da música brasileira. “Ele nos proporciona uma sonoridade tão moderna que, no fim dos espetáculos, muitos colegas nos procuram para saber se a gente realmente não mudou nada”, diz Cazes, que toca guitarra na formação.
Além de Chiquinho, o sexteto, que excursionou pela Europa nos anos 60 e fez sua última apresentação em 1985, tinha Gnattali (piano), Luciano Perrone (bateria), Pedro Vidal Ramos (contrabaixo), Aída Gnattali (irmã do maestro, segundo piano) e Zé Menezes (guitarra). Músico de formação erudita, Gnattali é o responsável pela consagrada versão de Aquarela Brasileira, mas, à frente de seu grupo, deu ao clássico outra surpreendente leitura. A música de Ary Barroso, a princípio, não fará parte da apresentação, mas estão garantidas Alvorada, composição do próprio maestro, obras de Pixinguinha e de Jacob do Bandolim e, no piano-solo, Chovendo na Roseira, de Tom Jobim.
Novo Quinteto. 14 anos. Teatro Carlos Gomes (685 lugares). Praça Tiradentes, 19, Centro, ☎ 2232-8701, ? Carioca. → Terça (20), 19h. R$ 1,00. Bilheteria: 14h/18h (seg.); a partir das 14h (ter.).