Rio revoga medidas restritivas, mas uso de máscaras em locais fechados continua
Passaporte da vacina ainda será exigido para entrada em espaços coletivos. Na segunda (15), será realizado o primeiro ato público na cidade pós-pandemia
Publicado na edição desta sexta (12) do Diário Oficial, o novo decreto da prefeitura revoga parte das medidas restritivas contra a pandemia de Covid-19. A decisão libera a ocupação completa de espaços como boates e danceterias, o uso de ar-condicionado em táxis, ônibus e transporte por aplicativo e a obrigatoriedade de testagem contra a doença em festas e eventos esportivos.
+ Servidor público que recusar a vacina contra a Covid poderá ser demitido
Ficam mantidas a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção em ambientes fechados e no transporte coletivo e a exigência do passaporte vacinal. Segundo o prefeito Eduardo Paes, apesar da cidade estar prestes a completar 75% da população com o esquema vacinal completo, a decisão de manter o uso das máscaras foi tomada contra a orientação do Comitê Científico, que liberava o uso obrigatório em locais fechados a partir desse momento.
“Eu neguei a ciência ao não abrir, vamos continuar com a antropologia. Dificilmente nós vamos ter um cenário mais baixo do que esse. A medida de liberação de máscara vai partir mais de um consenso, de compreensão do que diz o governo do estado, o governo federal, esse entendimento de que a coisa estabilizou mesmo. O critério científico estava dado, mas eu resolvi ser mais restritivo”, explicou.
+ Carnaval 2022: ingressos para frisas são colocados à venda novamente
Melhora considerável
Os dados do Boletim Epidemiológico divulgado nesta sexta (12) pela prefeitura indicam uma melhora considerável no quadro da pandemia na cidade. O mapa de risco de transmissão está baixo (em verde) em todo o município pela terceira semana seguida. A redução de internações na comparação com o último pico, há dois meses, é de 93% e hoje há cerca de 50 pacientes internados pela doença, sendo que 90% deles não tinham o esquema vacinal completo.
Quanto aos óbitos por Covid-19, a redução foi de 95,9%. Há dois meses a cidade registrava 416 óbitos em uma semana e, na semana passada, 17 pessoas morreram vítimas da doença. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atualmente apenas 3% dos testes feitos na cidade dão positivo para Covid e a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a doença está sob controle quando menos de 5% dos testes dão resultado positivo.
+ Universidades federais do Rio retomam as aulas presenciais
Paes ressaltou que a pandemia não acabou, apesar dos dados favoráveis. “Dado o fato de que essa doença deve permanecer entre nós sem ser erradicada, nós dificilmente vamos viver um momento mais baixo do que isso. Mas eu acho que tem uma questão importante, que é o sinal que a gente comunica para a população, se disser que não precisa mais usar máscaras dentro, parece que acabou por completo. E não é assim. O vírus está por aí, provavelmente vai continuar um tempo e é importante que as pessoas tenham consciência disso. Então, essa medida é muito mais pedagógica do que científica”, disse.
Vacinação
Na próxima semana, a Secretaria Municipal de Saúde finaliza a aplicação da dose de reforço nas pessoas com 60 anos ou mais, concluindo a etapa com duas semanas de antecipação. Até o momento, 67,2% dos idosos receberam a dose de reforço, com a aplicação de 933 000 doses, incluindo os profissionais de saúde.
Considerando a população acima de 18 anos, 99,9% dos adultos estão vacinados com a primeira dose e 92,7% já têm o esquema completo. Entre o público-alvo, a partir de 12 anos, 99,7% receberam a primeira dose e 85,1% têm o esquema completo. Na população total do município, são 87,5% com a primeira dose e 72,9% com esquema completo.
+ Boa notícia: só 1,2% dos internados nos hospitais municipais do Rio são por Covid-19
A secretaria anunciou, também, a antecipação da segunda dose da Pfizer para quem tem 15 anos ou mais. O prazo foi reduzido de 12 semanas para 21 dias.
O prefeito informou, ainda, que gostaria de aplicar a dose de reforço nas pessoas a partir de 30 anos, mas que depende da orientação do Ministério da Saúde. “É um pleito que a cidade do Rio faz. Nós respeitamos o calendário nacional de imunização, mas entendemos que seria necessário aplicar a terceira dose nas pessoas a partir dos 30 anos”, acrescentou.
Na segunda, feriado de 15 de novembro, a prefeitura promove o primeiro ato público “pós período crítico da pandemia”, anunciou o prefeito. É para celebrar a melhora do quadro epidemiológico. Será um evento no Parque Madureira, na Zona Norte da cidade, em parceria com a igreja Assembleia de Deus de Madureira, de 14h às 17h. Haverá vacinação contra a Covid-19 no local.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
A prefeitura anunciou, também, que a Secretaria Municipal de Saúde vai deixar de promover entrevistas coletivas ordinárias sobre o boletim epidemiológico da Covid, que eram semanais e desde outubro passaram a ser quinzenais. Os dados consolidados continuarão a ser divulgados às sextas.