Do campo à mesa: Paula Varejão estreia programa sobre a procedência dos alimentos
Intitulada "De Onde Vem", a atração debuta nesta quarta (21) no Sabor & Arte. Apresentadora dá dicas imperdíveis de produtos e passeios gastronômicos
Foi sentada em frente ao balcão de um badalado sushi bar, no Leblon, há mais de dois anos, que veio o estalo na jornalista capixaba radicada no Rio Paula Varejão: “mas de onde será que vem este salmão que vou comer?” Apresentadora do Tá na Hora do Café, no Mais Globosat, em que rodou o país e o mundo em busca dos melhores cafezinhos, ela viu nascer ali o embrião de sua mais nova gestação (com o perdão do trocadilho). Intitulado “De Onde Vem”, o programa, que estreia nesta quarta (21), às 20h30, no canal especializado Sabor & Arte, foi produzido e gravado durante a primeira gravidez da jornalista, à época com oito meses, o que ela costuma chamar de “gestação dupla”.
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Na atração, com seis episódios nesta primeira temporada, a serem exibidos semanalmente, a jornalista, de 34 anos, percorre o caminho dos alimentos, do campo à mesa, ao lado de chefs renomados, como Samantha Aquim (Chocolate Q), Alberto Landgraf (Oteque), Roberta Sudbrack (Sud, O Pássaro Verde), entre outros, para contar histórias dos bastidores dos pratos: de onde vem os ingredientes utilizados nas cozinhas, jogando luz sobre os produtores e a origem dos alimentos. “Saber quem são as pessoas por trás do que a gente consome e como são produzidos os alimentos torna a experiência gastronômica muito mais interessante. Não se trata de um programa de receitas, mas sim de histórias”, conta Paula Varejão, à espera de Helinho, seu primogênito de “carne e osso”.
Temas de extrema relevância, a exemplo de sustentabilidade, consumo consciente, cadeia alimentar mais justa e limpa (conceitos amarrados aos novos tempos e ao futuro das gerações) entram em pauta. “Durante as gravações, aprendi que com ingredientes muito bons o trabalho do chef, hoje alçado ao posto de estrela, torna-se mínimo. Ou seja, aqueles por trás do ingrediente, tão fundamental em qualquer receita, não apareciam. Era preciso valorizá-los também. Por que antes de pensar no que vai cozinhar, você não se atenta ao fato do que tem em abundância na época, e usa os melhores insumos, aqueles que a natureza pode te oferecer?”, reflete.
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“Uma pesquisa americana revelou que mais de 16 milhões de pessoas por lá acreditam que o leite com chocolate vem de vacas castanhas. Não paramos para pensar sobre a procedência dos alimentos e como isso é importante para a nossa saúde e para a sustentabilidade do planeta”, analisa ela, oriunda de uma família cafeicultora.
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A seguir, Paula Varejão indica alguns produtos e atrações gastronômicas que descobriu em suas andanças.
Cogumelos – “No episódio em que abordamos as histórias do fungo, com Nathalie Passos, eu conheci as versões de cultivo comercial da Amoki Cogu (@amokicogu), com direito a dicas de como cultivar em casa, e os selvagens com o Jorge Ferreira (@jorge_forager). Fomos na Floresta da Tijuca, no Vale Encantado, onde há, inclusive, alguns com propriedades medicinais para cicatrização da pele, como uma espécie de band-aid. Profundo descobridor e conhecedor das pancs (plantas alimentícias não convencionais), ele promove experiências guiadas pelo estado do Rio. É uma dica superlegal”. Aos interessados, na agenda, estão previstas incursões sobre cogumelos comestíveis, de 9 11 de outubro, em Paraty, e de 12 a 15 de novembro, uma vivência agloflorestal por lá.
Tomates san marzano – “Com o Nello Garaventa (do Grado), estive na produção dos tomates Nostro Marzano (@nostromarzano), em Paty do Alferes. Muito peculiar da Itália, é raríssimo de se encontrar por aqui. É uma variedade mais doce, menor e com menos água. A produção se dá por meio de estufas, que exigem menos agrotóxicos. Vendem para pessoas físicas também”.
Vieiras – “Com quinze fazendas marinhas, Ilha Grande é a maior produtora de vieiras do país. Com o Alberto Landgraf, fui à Vieiras da Ilha (@vieirasdailha), uma experiência incrível”.
Orgânicos – “As cestas semanais da Orgânicos da Fátima (@organicosdafatima) são imperdíveis. A Fátima costuma dizer que, assim como você tem o seu cabeleireiro, professor, você também pode ter o seu agricultor. É um conceito muito bacana. Virei cliente. Recebo e sempre vem alimentos diferentes, frescos, cujo sabor é outra história. A abóbora, por exemplo, é muito mais saborosa que aquela que costumava comprar no mercado. Junto com a Roberta Sudbrack, fui explorar a fundo a produção deles. Superindico”.
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