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Cervejeiros aderem à moda dos growlers

De vidro ou cerâmica e estilosos, os garrafões reutilizáveis que permitem transportar e armazenar a bebida artesanal em casa conquistam cada vez mais adeptos na cidade

Por Carol Zappa
Atualizado em 2 jun 2017, 11h59 - Publicado em 17 set 2016, 00h40
BeerLab - growler
BeerLab - growler (Felipe Fittipaldi/)
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Em uma viagem pela Califórnia em 2009, o empresário Pedro Aliperti percebeu uma tendência nos bares que visitou: muitos frequentadores levavam seu recipiente para abastecê-lo de cerveja direto da fonte. Não pensou duas vezes e logo arrematou o seu, que voltava sempre cheio para o albergue onde estava hospedado. Quando decidiu abrir seu bar no Rio, ele tratou de importar a novidade. O Caverna, badalado point boêmio em Botafogo, foi um dos primeiros a apostar na cultura dos growlers, como são chamados os recipientes reutilizáveis para transportar cerveja, que podem conservar a bebida fresca por dias. No ano passado, Aliperti começou a produção das garrafas de cerâmica, com desenho exclusivo e capacidade para 2 litros. As primeiras 100 unidades foram vendidas em seis meses. Por um erro da fábrica, a segunda encomenda veio na quantidade dobrada, e as 200 peças evaporaram em três meses. Um de seus primeiros clientes foi o publicitário Virgilio Dias, de 36 anos. Vizinho do bar, ele costuma levar seu growler cheio para beber em churrascos, festas e até mesmo em casa. “A garrafa conserva o sabor. É prático e bem melhor que comprar cerveja no supermercado”, avalia. 

Virgilio Dias _ growler _ Caverna
Virgilio Dias _ growler _ Caverna ()

Surgidos nos Estados Unidos no fim do século XIX, quando era comum as crianças irem, munidas de baldes de metal, buscar nos bares das redondezas a cerveja para acompanhar o jantar, eles caíram em desuso quando a bebida engarrafada começou a se popularizar. De uns tempos para cá, voltaram com força, devidamente modernizados. Aos poucos, a moda começa a pegar por aqui. Com o mercado de cerveja artesanal em plena efervescência e a proliferação de torneiras de chope pela cidade, os cariocas estão descobrindo os benefícios dos galões retornáveis. A chegada de novas casas especializadas e a oferta de modelos diferentes e charmosos contribui para sua difusão. Inaugurado há pouco mais de um mês em Copacabana, o BeerLab, com nove torneiras de rótulos nacionais, lançou nas redes sociais a campanha #vadegrowler. “Tínhamos um growler que trouxemos de viagem e era usado como peça decorativa. Um dia fomos jantar na casa de amigos e queríamos levar chope artesanal, mas nenhum lugar enchia o vasilhame. Percebemos que havia um potencial”, conta a sócia Tatiana de Macedo Soares. Feito de vidro âmbar, o growler do estabelecimento, de 1 litro, sai por 36 reais, vazio, ou por 17 reais mais o litro da bebida, que pode custar de 29 a 64 reais. Por mês, são vendidas por volta de sessenta unidades, e cerca de 30% dos clientes do estabelecimento já adotaram a novidade. 

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infográfico growler
infográfico growler ()

Além do frescor e do caráter sustentável, sem embalagens descartáveis, outra vantagem é a economia. A maioria das casas oferece promoções para o chope vendido em refil. No Brewteco, com uma unidade em Copacabana e outra na Barra, por exemplo, o desconto é de 10% em qualquer marca para viagem, e no fim do mês será lançado o growler day, às terças, quando certos rótulos sairão pela metade do valor. “No início, a questão era explicar às pessoas do que se trata. Hoje, há um movimento crescente e há gente que abastece até para levar à praia”, diz o sócio Rafael Thomaz. Outras duas cervejarias recém-chegadas começam a comercializar nas próximas semanas seus exemplares, ambos de 2 litros. A Hop Lab, com trinta bicos na Praça da Bandeira, também terá preços especiais para refil. Já a Hocus Pocus DNA, lar da inventiva cervejaria carioca em Botafogo, aposta em um sistema de abastecimento mais moderno. De uma das catorze torneiras locais sai apenas gás carbônico, que substitui o oxigênio presente dentro do garrafão já cheio através de um sistema de pressão. Isolado do ar, o líquido pode durar de quatro a cinco meses fechado na geladeira, sem nenhum dano ao aroma e ao sabor, garante o sócio Pedro Butelli. “Mas o ideal é que se tome quanto antes e, depois de aberto, de uma vez só, para garantir o frescor”, recomenda. Ao que parece, haverá cada vez mais gente enchendo a lata (e o growler).

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