Garçom ou DJ? A diversão vai do jantar à pista de dança
Munindo-se de menus e carta de coquetéis para impressionar, uma nova geração de bares se transforma em festas com hora certa para acabar

Comer, beber, dançar. A nova ordem dos fatores não altera o produto num tipo de estabelecimento que vem se espalhando por casarões charmosos, portinhas “secretas” e salões de ambientes refinados, que de repente se transformam em pista de dança com efeitos de luz, DJs e artistas performáticos. Os menus e a coquetelaria também buscam impressionar. Vale aqui a observação: a onda dos listening bars não passou de marola, afinal o carioca gosta de bater papo à mesa. Levantar-se para um requebrado, então, pode ser um caminho. O momento, agora é, dos bares e restaurantes de múltiplo perfil. “Eu estava há um ano sem beber e, na emoção da noite, foram quatro drinques. É apaixonante, me lembra bares de Nova York nos quais o programa tem fases diferentes, e as pessoas são livres para escolher a que mais lhes agrada”, nota a empresária Clariça De Luca, 47 anos, que virou freguesa do Merci, novidade no estilo speakeasy, acessada por uma porta no Loire Bistrô, na Barra. A modelo Carolina Brandão, 35, viveu treze anos na Big Apple e também se identificou. “Você está num bom jantar e, quando vê, a luz baixou, todo mundo se levanta, mas sem aquela coisa de balada, com todo mundo se esbarrando”, diz.
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O conforto é um trunfo nessa nova moda, assim como a busca por charme, personalidade e uma aura de exclusividade no serviço disponível a quem tem espírito animado e o bolso preparado. Tudo com hora certa – e razoável – para acabar, algo que também é tendência na cidade, favorecendo a frequência do público acima dos 35 anos. “O Rio é uma das capitais do mundo e andava carente desse dine and dance, a diversão em 360 graus sem exagero e ressaca no dia seguinte”, afirma o empresário Bernard Barzi, 26, formado em gastronomia e administração. Nascido na Itália e com mais de duas décadas de Europa, ele fez pesquisa de mercado antes de abrir o Rocco, em Ipanema, que tem noites musicais temáticas, dançarinas com abajures vintage na cabeça e o afro house dando as cartas nos alto-falantes. No salão, recomenda-se o traje esporte fino. “É legal ter no Rio um lugar onde as pessoas se arrumem antes de ir, assim todos ficam na mesma vibe”, aponta.

No campo etílico, a conhecida dupla gim tônica e fitzgerald dá lugar a drinques autorais como o ramen negroni do respeitado mixologista Walter Garin para o Rocco, servido na tigela com uma espécie de macarrão feito de laranja e gengibre. Os tatakis e crudos da cozinha oriental parecem obrigatórios, sem que o hambúrguer e as batatas trufadas pareçam estranhos na mesa ao lado. “A comida japonesa resume o caminho de frescor e divertimento que precisamos nesse modelo de noite”, diz o empresário, ator e chef Caio Góes, de 33 anos, um dos criadores do Triplex, instalado num casarão antigo de Botafogo que traz no nome sua múltipla identidade. “Transformar um jantar em festa é uma energia rara, que cativa o público de forma orgânica”, avalia o empresário Pedro Jasmim, frequentador e parceiro em eventos de gastronomia no Alba, com mesas e pista em ambientes distintos. Recém-chegado, o chef Michele Petenzi turbinou as receitas italianas. Na diversificada noite do Rio, a esticadinha está a poucos passos de distância.
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Merci. O bar é acessado por uma porta no Loire Bistrô, com piso listrado, sofás e globo espelhado. Os DJs atacam de quinta a sábado, indo do deep lounge ao house. Há drinques, pizzas de longa fermentação e acepipes japoneses. Vogue Square, Barra. @mercibarsecreto

Triplex. No segundo andar, tem jantar e efeitos de laser na pista. Há apresentações de MPB e os DJs investem em pop rock dos anos 1980 e 1990. O terraço é concorrido e o menu vai do japonês ao hamburgão da casa. Rua Mena Barreto, 2, Botafogo. @triplex.botafogo
Elena. São quatro ambientes de vibrações distintas, unidos pelo clima festivo, premiada cozinha asiática e drinques de alto nível. O DJ Marcelinho da Lua e a cantora Duda Brack são alguns dos nomes que cuidam dos embalos sonoros, entre belas projeções visuais. Rua Pacheco Leão, 758, Horto. @elenahorto
Alba. A chegada do chef Michele Petenzi reforçou o acento italiano na cozinha. O Baile do Saddam e a Alienation, com Edinho e DJ Wilson, de eletrônico e experiências visuais, costumam ser promovidos por lá. Rua Martins Ferreira, 60, Botafogo. @alba.casarao

Rocco. A programação inclui jantares ao som de DJs. Às quartas, tem jazz e bossa nova, às quintas rolam performances e aos domingos instrumentistas dão o tom. O chef Matheus de Aquino, com passagem pelo Oro, comanda a cozinha. Rua Aníbal de Mendonça, 112, Ipanema. @roccoipanema
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