Vinoteca Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Eça de Queiroz, o grande cronista do vinho

"Caindo do alto, da bojuda infusa verde - um vinho fresco, esperto, seivoso, e tendo mais alma, entrando mais na alma, que muito poema ou livro santo."

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Atualizado em 21 Maio 2017, 20h02 - Publicado em 21 Maio 2017, 20h02
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  • Por Marcelo Copello

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    Eça de Queiroz (1845 — 1900) nasceu em Povoas de Varzim no distrito do Porto para tornar-se um dos maiores escritores lusos e sem sombra de dúvida o maior cronista da mesa portuguesa de seu tempo. Todas as suas obras são recheadas, embebidas, cobertas, empanadas, entremeadas e salpicadas do que se bebia e comia. O estilo realista de sua prosa levou-o a retratar a sociedade da época através de situações que revelavam seus costumes. Suas alusões gastronômicas tornam cada livro seu em um prato e copo cheios de milhares de citações degustáveis.

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    Segundo Alfredo Campos Matos no livro “Dicionário de Eça de Queiroz” pode-se contar 2.650 citações gastronômicas em sua obra. Algumas delas são bem completas, com receitas ou detalhes sobre os vinhos. Somente o jantar de Ega ao banqueiro Cohen no Hotel Central ocupa 28 páginas em “Os Maias” – talvez a obra mais comestível do autor.

    No que se refere à bebidas na obra eciana, o embaixador brasileiro Dario Moreira de Castro Alves no livro “Era Porto e Entardecia” compilou 1.196 citações de 211 bebidas diferentes, sendo 484 sobre vinhos. Segundo Alves “o vinho nunca faltou na obra de Eça de Queiroz, qualquer que fosse o cenário – fino, rico, modesto, pobre ou tosco. Os personagens servem ou sorvem vinhos e outras bebidas segundo seus recursos e status social”.

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    Dentre os vinhos portugueses o Porto é mais presente no universo de Eça e o Vinho Verde também não foi esquecido, aparecendo inúmeras vezes em sua obra.

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    Com a palavra o próprio Eça:

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    “Serviu o Vinho do Porto para acalmar os convidados do jantar, enchendo os copos devagar, com precauções clássicas!

    – 1815! – dizia. – Disto não se bebe todos os dias!”

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    Crime do Padre Amaro páginas 137 e 138

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    “Caindo do alto, da bojuda infusa verde – um vinho fresco, esperto, seivoso, e tendo mais alma, entrando mais na alma, que muito poema ou livro santo.”

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    A Cidade e as Serras

    “E então hoje estou com uma destas sedes que só me satisfaz Vinho Verde”

    Personagem João Gouveia em “A Ilustre casa de Ramirez”, página 244

    Leia também: O Almirante Nelson e o Vinho do Porto

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