Vinoteca Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
Continua após publicidade

Adega submarina

Por Marcelo Copello É comum e benéfico que um vinho não seja vendido logo após seu engarrafamento. Um período de envelhecimento na garrafa é positivo para que o líquido se integre e se eduque antes de chegar ao mercado. As condições ideais para este descanso são ausência de luz, temperaturas baixas e constantes e umidade […]

Por marcelo
Atualizado em 25 fev 2017, 19h33 - Publicado em 24 out 2011, 13h48
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Por Marcelo Copello

    Publicidade

    É comum e benéfico que um vinho não seja vendido logo após seu engarrafamento. Um período de envelhecimento na garrafa é positivo para que o líquido se integre e se eduque antes de chegar ao mercado. As condições ideais para este descanso são ausência de luz, temperaturas baixas e constantes e umidade controlada. Seguindo estas regras as adegas são tradicionalmente localizadas embaixo da terra, por isso são também chamadas de “cave” (caverna em francês).

    Publicidade

    Para alguns produtores o fundo do mar pode funcionar como uma excelente adega. A renomada casa de Champagne Roederer (dona da marca Cristal), por exemplo, está fazendo experiências na baía de Saint-Malo, no noroeste da França. Algumas garrafas do Champagne Roederer Brut Premier estão repousando por um ano debaixo d´agua salgada como experiência.

    Na mesma baía, que abriga o famoso mosteiro Mont Saint-Michel, outro produtor também submergiu seus vinhos. A Cave de l’Abbaye Saint-Jean deixou por 5 anos, entre 2002 e 2007, 600 de tintos e brancos. Yannick Heude, proprietário dos vinhos garante que o envelhecimento foi diferente, mais lento e suave.

    Publicidade

    Também na França, no Jura, região próxima a Suíça, o produtor Henri Maire segue a  mesma linha, mas com água doce. O lago de Vouglans está sendo usado como berço para ninar garrafas que só serão provadas daqui a 20 anos.

    Continua após a publicidade

    Um destes vinhos submarinos esta ao nosso alcance. A vinícola chilena Viña Casanueva, representada no Brasil pela importadora Sabrage(https://www.sabrage.com.br/), produz desde 2003 o vinho Cavas Submarinas.  Às garrafas do vinho produzido no vale de Itata são mergulhadas na praia de Zapallar. Neste caso o marketing vai além do uso do mar com adega, pois a empresa oferece um pacote turístico que inclui mergulho em busca das garrafas e refeição com os vinhos “pescados” pelos turistas.

    Publicidade

    Vejam o vídeo de divulgação da adega, mergulhem de cabeça na adega, literalmente:

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=rfJimbDGO1g&w=420&h=315%5D

    Publicidade

    Provei esta semana o Cavas Submarinas Reserva Marinha Pinot Noir-Carmenere 2007, elaborado com 85% Pinot Noir e 15% Carmenère, que permanece 6 meses no mar. O vinho tem médio corpo, com 13,8% de álcool, aromas típicos da Pinot Noir, com de frutas vermelhas (morango, framboesa) e notas florais e minerais, é fresco e elegante, com madeira discreta e, o açúcar residual (de 7,7 gramas por litro) aparece um pouco mas não compromete o equilíbrio geral. Pode ser encontrado para a compra no varejo por R$ 99,95.

    Continua após a publicidade

    Publicidade

    Antes que me perguntem, adianto que o vinho não remete a nada do mar, nem possui especial redondez dada pelas marés. A meu ver o mar serve apenas como uma boa adega, não melhor que uma tranqüila cave subterrânea e o período de seis meses é pouco para que se note mais nitidamente no líquido os benefícios do envelhecimento. Este é, contudo, um bom vinho, para o qual minha nota foi 86 pontos.

    .

    Marcelo Copello (mcopello@bacomultimidia.com.br)

    .

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de R$ 39,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.