A voz silenciosa na sua cabeça
Na hora do aperto e nos dias difíceis, lembretes para repetir para si mesmo
Há um diálogo que acontece dentro de você. Na sabedoria mapuche, uma pessoa adoece por causa do weda dungun, ou seja, as más palavras que escuta desde pequena, que ficam mal posicionadas na cabeça, no coração e nas pernas. Do ouvido as palavras passam para todas as partes do corpo e ficam mal posicionadas na alma.
A boa notícia é que o corpo, que guarda todas essas vozes e crenças borbulhantes, pode ser desconstruído e ganhar novos contornos. É possível e bem gostoso aprender a existir a partir de um novo lugar de dentro.
Nosso corpo todo é capaz de contrair e expandir, de alongar e encurtar, de inchar e encolher. Até a mínima parte de nós, uma célula, apresenta todos os elementos de expansão e contração.
Estendemos e depois encolhemos. Vamos em direção ao mundo e voltamos. O caminho transforma, não tem como evitar. Se enrijecer é parar de viver. E ficar no mesmo lugar é impedir que seus olhos encontrem novos horizontes.
Estou cada vez mais consciente de onde dá e de onde não dá pé. Em mim. E no outro. A voz na nossa cabeça fala muito depressa. As más palavras do weda dungun estão sempre nos rodeando. Por isso, na hora do aperto, eu costumo gravar lembretes para os dias difíceis.
1- Tudo é temporário; seja gentil com você.
2- Palavras não são acontecimentos; elas representam acontecimentos.
3- Num sistema tóxico todo mundo sofre
4- Quando alguém é inautêntico todo mundo perde.
5- Seu lugar não é nem no futuro, nem no passado. Seu lugar é aqui.
Entre os pulsos dos acontecimentos, às vezes temos a sorte de sentir a rotação da vida mais lenta e ver a dança suave de todas as coisas.