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Por Rita Fernandes, jornalista
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Do outro lado da tela: olho no olho como nos shows

Mariana Aydar inventou uma nova modalidade de live, dando espaço a artistas desconhecidos e dividindo seu palco virtual com novos talentos

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
27 abr 2020, 17h58

Outro dia, zapeando aqui e ali, me vi na live de Mariana Aydar. Não era a primeira vez que eu passava pelo trabalho dela. Conheci Mariana em 2017, no Festival de Garanhuns. O repertório, a voz e a presença de palco da cantora de forró eletrificam a gente de uma maneira que não dá para esquecer mais. Me lembro dela chamando Almerio para o palco, outro “monstro da música”, de presença marcante, numa experiência absurdamente extraordinária. Por conta dessas lembranças é que sigo o trabalho da Mariana, a bela cantante.

E eu ali, naquela noite de sexta-feira, congelada naquela live. É que havia uma razão a mais para além da própria artista, e foi o que me prendeu por quase duas horas na tela do meu celular. Mariana apresentava uma música sua e, em seguida, convidava alguém entre os “presentes”, artistas desconhecidos que se ofereciam para cantar ou tocar.

Levy, direto da Itália, cantou para Mariana com seu violão (Rita Fernandes/Arquivo pessoal)

Veio primeiro o Robson, de Manaus, com seu trompete seguindo a cantoria. Depois Levy, direto da Itália, cantando lindamente com seu violão. Niê, compositora de Fortaleza, mostrou um forró novo para Mariana cantar. Coral, cantor e compositor mineiro, de Belo Horizonte, tocou mais de uma música a pedido de Mariana, mostrando suas belas composições. E veio a surpresa da noite, Abner, com seus 12 anos e sua sanfona.

O pequeno instrumentista é filho de Flavinho Lima, que tocava triângulo com Dominguinhos e hoje faz parte do Trio Naturalmente. Menino criado no meio do forró. Do outro lado da telinha, manifestações de espanto e de admiração pelo garoto vinham dos mais de 300 participantes daquele show.

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Abner Lima, 12 anos, deu um show com sua sanfona, ao lado de Flavinho Lima, seu pai (Rita Fernandes/Arquivo pessoal)

Abner convidou Mariana Aydar para ser sua madrinha e ela aceitou. “Fiquei muito emocionada! Acredito que quem se conecta comigo, está na mesma energia que eu. Ele é incrível, uma surpresa”, contou a artista, acrescentando que a ideia de chamar os anônimos veio meio por acaso, pela curiosidade de saber quem estava ali do outro lado.

“Fui na intuição, curiosa mesmo de também entrar na casa das pessoas que estavam me assistindo. Quando estou no palco, tem o olho no olho com o público, a gente se vê. Por isso, sentindo essa falta, queria conhecer quem estava ali”, conta como teve a iniciativa de aceitar as solicitações.

A cantora tem razão quando diz que é hora de se levar um pouco de acalento às pessoas. (Autumn Sonnichsen/Divulgação)

Foi assim que Mariana Aydar, sem querer, inventou um formato novo de live. Dando espaço para gente talentosa espalhada por esse Brasil, gente recolhida em quarentena por causa do Covid-19, mas todo mundo junto e misturado numa imensa solidariedade musical.

Confesso que ando meio cansada de lives. Mas, numa como essa da Mariana – que ela vai repetir – eu quero estar. A cantora tem razão quando diz que é hora de se levar um pouco de acalento às pessoas. E também, quando afirma que a música está voltando para o seu lugar, lugar primal, menos entretenimento e mais espiritual.

Quem quiser conhecer o trabalho de mariana Aydar:

https://marianaaydar.com.br/

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