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Por Rita Fernandes, jornalista
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca
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Samba da Sombra e Assado na Vila: minhas descobertas no bairro de Noel

Agitador cultural resgata roda de samba que era tradicional em Vila Isabel na década de 80, comandada por Nei Lopes, num dos melhores botecos do bairro

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 dez 2021, 17h58 - Publicado em 17 dez 2021, 17h52

Dia desses fui parar num bar que não conhecia em Vila Isabel, o Assado na Vila. O mote do convite que me levou até lá era uma roda de conversa sobre Nei Lopes, compositor, cantor, escritor e estudioso das culturas africanas. Admiradora do Nei, aceitei de pronto. O que encontrei naquele lugar foi uma história e uma experiência incríveis. Nei Lopes não só morou ali, na rua Jorge Rudge, onde fica o Assado na Vila, mas também protagonizou, na década de 1980, uma roda de samba que acontecia ali, batizada de “Corre Pra Sombra”.

O tal samba acontecia no Bar do Tuninho. E, por conta do calor do sol que batia na rua, o pessoal ia trocando de lugar, buscando os refúgios para se proteger do calor e continuar a tocar. Além do Nei Lopes, morava ali também Carlos Moraes dos Santos, mais conhecido como Carlinhos 7 Cordas, que tinha nessa época 16 anos. Carlinhos tinha achado um violão e começara a estudar música. Foi aí, na “Corre Pra Sombra”, que conheceu o Nei. A roda ganhou popularidade e vários músicos renomados começaram a frequentá-la.

Ao se deparar com esta história, meu amigo Djimmi, um importante articulador cultural do subúrbio, contou para o dono do Assado da Vila, Leandro Francisco, e propôs que eles resgatassem o samba no local. Assim, naquele fim de semana, promoveram a primeira delas, com sambas de autoria do Nei.

Carnes na brasa e petiscos de boteco, as opções irresistíveis do Assado na Vila, com suas mesinhas na calçada.
Carnes na brasa e petiscos de boteco, as opções irresistíveis do Assado na Vila, com suas mesinhas na calçada. (Rita Fernandes/Arquivo pessoal)

Renascia ali, a roda de samba da rua Jorge Rudge, rebatizada agora de “Samba da Sombra”. Sob o comando de Pedrinho Silva e do grupo Luz D’Samba, eles agora farão no último fim de semana de cada mês, o passeio musical que Nei Lopes e amigos inventaram lá atrás. A próxima está prevista para acontecer novamente só em 30 de janeiro de 2022, por que, nesse mês, o último fim de semana é o do réveillon.

Independente da realização do Samba da Sombra, recomendo a ida ao Assado na Vila, com suas mesinhas na calçada e que tem uma comida deliciosa, cujo carro-chefe são as carnes feitas na brasa, com especial destaque para a costelinha de porco e a costela de boi. Tudo divino, sob a batuta do argentino Pedro Jorge Aguilera.

Além das carnes, que podem vir com acompanhamentos como feijão tropeiro, maionese caseira, batatas fritas e o clássico arroz com feijão, tem os petiscos como bolinhos de Baião de Dois com geleia de pimenta feita na casa, Cupim no Bafo e Torresmo no Assado, além de outras delícias da gastronomia de botequim. Ah, e a cerveja geladíssima, como convêm a um boteco do bairro de Noel.

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O casal Lais Tavares e Leandro Francisco comandam o bar e restaurante que a partir de janeiro vai abrigar o
O casal Lais Tavares e Leandro Francisco comandam o bar e restaurante que a partir de janeiro vai abrigar o “Samba a Sombra”. (Rita Fernandes/Arquivo pessoal)

Enquanto o Samba da Sombra aguarda retorno, uma agenda musical já vem rolando, nas quintas-feiras, às 18h30, com o samba-jazz das cantoras Flávia Enne e Angelica de Paula, que se alternam a cada semana.

Fica a dica, é uma super pedida para quem quiser curtir um autêntico boteco suburbano com um bom samba de raiz. O Assado na Vila funciona de quinta a domingo, de 11h às 23h, e quartas de 16h às 23h.

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Rita Fernandes é jornalista, escritora, presidente da Sebastiana e pesquisadora de cultura e carnaval.

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