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Patricia Lins e Silva

Por Patrícia Lins e Silva, pedagoga Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Educação

Sensíveis e livres: uma nova educação para os meninos

Ao serem educados livres para sentir, para errar, para mudar — os meninos crescem mais autônomos

Por Patricia Lins e Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
5 Maio 2025, 13h43
Meninos brincando de bola 2 (Pixabay - Sasin Tipchai)
 (Sasin Tipchai/Pixabay/Reprodução)
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Vivemos um tempo em que as meninas são cada vez mais incentivadas a ocupar todos os espaços que desejarem: podem ser líderes, cientistas, mães, atletas — tudo ao mesmo tempo. A conversa sobre liberdade de escolha e afirmação da capacidade feminina tornou-se comum e abriu horizontes, desmontando as limitações antigas.

Mas e os meninos? Não se ouve dizer nada sobre o direito deles de viver com liberdade emocional, de expressar sentimentos, cuidar do outro, mostrar vulnerabilidade e seguir caminhos que não são considerados dentro dos moldes tradicionais da masculinidade. Desde pequenos, espera-se deles que reprimam as emoções, que escondam suas fragilidades, que sejam bons competidores, o que acaba numa masculinidade empobrecida, que limita experiências e restringe afetos.

Ser menino, até hoje, significa ouvir que é preciso ser “forte”, “valente”, “independente”. Chorar, dançar, cuidar de alguém ou pedir ajuda são comportamentos desencorajados por serem considerados “coisa de menina”. Isso impede que vivam experiências importantes e reforça ideias obsoletas de que sensibilidade e afeto não pertencem ao universo masculino.

Por isso é necessária uma nova educação para os meninos. Uma educação que rompa com os estereótipos de gênero e valorize a totalidade do indivíduo. Em um mundo em constante transformação, não faz sentido seguir comportamentos pré-estabelecidos com base no gênero. Cada criança tem seu jeito próprio de ser, independentemente de ser menino ou menina. Todas têm direito à liberdade de descobrir seus talentos, interesses, afetos e limites.

Desde a infância, os meninos devem ser estimulados a conviver com respeito e empatia, a brincar sem rótulos, a desenvolver vínculos saudáveis e a participar das responsabilidades do cotidiano, como cuidar da casa e das pessoas ao redor. Sentimentos são expressão do humano. Ensinar isso desde cedo é uma forma poderosa de contribuir para uma sociedade mais justa, acolhedora e equilibrada.

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Valores se constroem no cotidiano: em conversas sinceras, em livros com representações diversas, nas brincadeiras que não separam por gênero, nas palavras de incentivo, no exemplo dos adultos. Um menino que aprende desde cedo a respeitar o outro, quando adulto estará mais preparado para lidar com a diversidade do mundo à sua volta.

Ao serem educados livres para sentir, para cuidar, para errar, para mudar — os meninos crescem mais inteiros, mais autônomos. O que não significa perder força ou identidade, mas ganhar espaço para ser mais autêntico, criativo, afetuoso e consciente.

Os meninos podem ser o que quiserem: bailarinos, médicos, artistas, pais dedicados, cientistas, professores. Não há profissão, emoção ou papel que lhes deva ser negado por causa do gênero. Ao abrir esse leque de possibilidades, damos a eles não apenas caminhos diferentes para se realizarem, mas também para terem mais felicidade.

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Uma nova educação para os meninos não é apenas uma mudança de cada um — pode ser um movimento social. Quanto mais os meninos forem seguros, sensíveis e respeitosos, mais os homens adultos serão comprometidos com relações saudáveis e lutarão por um mundo melhor para todos.

Porque ser um bom homem inclui tudo isso.

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