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Por Patrícia Lins e Silva, pedagoga
Educação
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Fim de ano: vamos resgatar a palavra generosidade

Ser generoso é compartilhar, construir com outro, perceber a necessidade dele e ajudá-lo; a vida em sociedade é um sistema de cooperação entre pessoas

Por Patricia Lins e Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 dez 2022, 10h29

Chega mais um fim de ano, um ano que não foi fácil para o país nem para a humanidade. Mas continuamos na aposta de que o próximo será melhor, que a vida virá mais tranquila e que todos seremos mais pacíficos e cuidadosos uns com os outros. Afloram boas intenções, mesmo que nem sempre acompanhadas de ações condizentes, e reiniciamos a saga das festas, num sentimento impreciso entre a expectativa prazerosa dos encontros familiares e a ansiedade com dificuldades de toda sorte para realizá-los.

A escola e a família têm um papel importante na elaboração do entendimento das crianças do que pode significar uma etapa que se acaba. A escola, ao invés do frenesi de provas e notas do fim do ano letivo, do fantasma de “passar de ano”, faria muito melhor se destinasse um tempo razoável para refletir com os alunos sobre o que se realizou, o que se aprendeu, o que não se realizou, o que se deseja para o próximo ano, para si, para os outros, para a humanidade. É um momento para resgatar a palavra generosidade e voltar a dar-lhe destaque no nosso vocabulário de uso diário. A alguns pode parecer um sentimento antigo,  muito afastado das nossas preocupações, mas é fundamental lembrar que a generosidade diz respeito ao outro e que vivemos em um sistema de cooperação entre pessoas. Ser generoso é conseguir compartilhar, construir com outro, dividir, perceber a necessidade do outro, ajudar o outro. Trabalhar em grupo, resolver problemas em grupo, brincar em grupo são boas práticas para aprender a escutar o outro, a negociar, a ceder para o bem comum. Nem sempre a escola se dá conta da importância que tem na formação desses valores básicos para a convivência, para a vida em sociedade.

A família, por sua vez, enquanto arruma e separa, junto com os filhos, os brinquedos com que não brincam mais para doá-los a outras crianças, conversa sobre os acontecimentos do mundo, o consumo exagerado, as injustiças e as desigualdades. É claro que as crianças esperam presentes, mas não precisam ganhá-los à custa de endividamento dos pais. Seu desejo, na maior parte das vezes, é induzido pela propaganda. É uma conversa a se ter sempre com os filhos porque ajuda a construir uma visão crítica do que recebem pelas mídias. As crianças conseguem compreender muito mais do que percebemos e muitas entendem mais das malícias dos algoritmos do que nós adultos.

Uma maneira de transformar um pouco o afã consumista do fim de ano é criar outro foco de atenção para o evento. Pode ser o ensaio de um teatro das crianças, um coral com músicas a serem treinadas, um jogo, que elas terão que inventar. O significado do encontro se amplia muito, pois as crianças passam a se dedicar à organização de uma apresentação para a festa, o que é muito mais generoso e com uma expectativa mais divertida do que apenas ganhar presentes.

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