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Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão
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Uganda reabre debate sobre turismo em países anti-LGBT

Absurda aprovação de lei anti-LGBT em Uganda, que prevê até pena de morte, reabre questionamento sobre turismo em países que não respeitam Direitos Humanos

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Atualizado em 9 jun 2023, 15h26 - Publicado em 9 jun 2023, 08h08

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, promulgou na última segunda (29/05) uma lei anti-LGBT que inclui duras penalidades, como a prisão perpétua e até pena de morte. O caso reascendeu o debate sobre turismo em países que não respeitam os Direitos Humanos.

A homossexualidade é criminalizada em Uganda desde a época da colonização. Apesar de desde a independência (1962) o país não ter histórico de condenação por ato sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo, a lei sancionada é um retrocesso.

Atualmente 70 países no mundo criminalizam pessoas LGBTQIA+, em 11 há previsão de pena de morte. Somados a esses números absurdos, existem países que mesmo sem leis anti-LGBT a comunidade é constantemente atacada.

“Leis que protejam a comunidade não são uma garantia que você está indo para um país seguro. O Brasil é um exemplo disso. Temos algumas leis que teoricamente nos protegem, mas seguimos sendo o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo”, lembra Beni Falcone, artivista da TriboQ.

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Mas ele ressalta que visitar países com leis anti-LGBT é um problema maior, já que se algo acontecer você não estará nem amparado. “Eu prefiro ir para lugares que sei que a legislação me protege ou quem tem uma cultura mais progressista nesse sentido”, explica.

Por isso ativistas defendem um boicote do turismo para esses países, inclusive como forma de pressão econômica sobre os governantes. Carlos Tufvesson, Coordenador Executivo da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, acredita que pessoas LGBTQIA+ não devem gastar seu dinheiro em países que têm leis atacam a comunidade. “Se não sou bem quisto em um lugar eu não vou. Vou gerar receitas onde somos aceitos”, comenta.

Em 2019 um movimento contra a rede de hotéis The Dorchester, pertencente ao sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah, fez o governante voltar atrás de uma lei que permitia o apedrejamento de homossexuais.

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Porém há quem argumente que o impacto econômico seria muito pequeno, mesmo com a adesão de aliados, e não teria efeito prático. Estes acreditam que somente um boicote amplo partindo de governos de outros países teria algum tipo de repercussão. É preciso ressaltar que este também é um posicionamento político.

Mas, mesmo assim, não há consenso. Alguns viajantes defendem que a comunidade queer local ficaria ainda mais isolada. Acreditam que o viajante LGBT ao passar por esse destinos contribui de alguma forma incentivando as pessoas da comunidade que vivem nesses países.

Contudo frequentar países que criminalizam a comunidade pode ser mais que desconfortável, até mesmo representar algum tipo de risco para quem é desta comunidade, como destaca André Loyola, representante do Rio da Câmara LGBT. “Nada vale colocar a nossa segurança em risco. Acredito que podemos contribuir levantando bandeira nos nossos países e tentar de alguma forma que chegue pra essas pessoas”, defende.

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Loyola e Tufvesson acreditam que organizações internacionais, como a ONU, têm mais poder para pressionar os governos a criar mecanismos de proteção para a comunidade queer. Mas enquanto a triste realidade ainda nos deixa sem proteção em tantos lugares, alguns países oficialmente desencorajam seus cidadãos queer a viajar para países LGBTfóbicos.

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