Turismo Susentável: Parques Nacionais ainda são pouco conhecidos
Apesar do aumento no número de visitas no último ano, barreiras ainda impedem que o turismo ecológico atinja o seu potencial
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Semeia, com apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIo) e do Instituto Ekos Brasil, revelou que apesar do aumento de 44% das visitas realizadas em parques nacionais brasileiros em relação ao ano anterior, o ecoturismo ainda está longe de ter números conforme todo potencial do segmento no Brasil.
“Os Parques Nacionais têm apresentando um aumento real de visitas a cada ano, apesar de ainda aquém do que vislumbramos. Esta pesquisa colabora com o aprimoramento de políticas públicas de visitação, diagnosticando frentes que devemos dar maior atenção”, comenta Carla Guaitanele, Coordenadora Geral de Uso Público e Serviços Ambientais do Instituto Chico Mendes.
O desconhecimento dos parques é um dos primeiros desafios a ser suplantado para mudar esse cenário. Para se ter ideia apesar de todas as regiões alcanças pela pesquisa possuírem parques urbanos, 20% dos entrevistados não conhecem nenhum espaço como esse. Para Mariana Haddad, coordenadora de Conhecimento do Instituto Semeia, este cenário expressa o desafio de impulsionar a visitação nos parques brasileiros. A especialista aponta ainda que estes espaços urbanos tem o maior potencial em ajudar a modificar o panorama.
“Estes espaços (parques urbanos) têm grande potencial de lazer e recreação em meio à natureza, pois estão em áreas de mais fácil acesso quando comparados aos parques naturais, e são gratuitos. A visitação amplia a conscientização e o reconhecimento a importância dos parques”, analisa.
Entre as principais barreiras apontadas pelo levantamento para visitação dos parques se destacam a distância e custos. Sobre os parques urbanos a primeira foi apontada por 30% dos entrevistados, enquanto a segunda por 13%. Já em relação aos parques naturais, o custo com descolamento foi a barreira mais sinalizada pelos respondentes que nunca visitaram uma unidade (42%), seguida por custo com hospedagem (31%), e distância (20%). A desinformação é outro desafio em relação aos Parques Naturais, segundo 13% dos entrevistados.
Apesar de 79% concordarem que o turismo traz benefícios econômicos e sociais para os parques e seus entornos, mais da metade (52%) acredita que o governo tem questões mais prioritárias para direcionar o dinheiro público. A solução passa então pelo modelo de concessões/parceria, com 49% dos entrevistados favoráveis ao sistema nos parques naturais e 54% nos parques urbanos.
Os organizadores esperam que com esses e outros dados levantados pela pesquisa (que pode ser baixa na íntegra pelo link) os diversos agentes envolvidos com a pauta consigam implementar e monitorar políticas públicas associadas ao cumprimento da missão dos parques de conservar a biodiversidade brasileira.