Otavio Furtado
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Por Otavio Furtado, jornalista e consultor de diversidade & inclusão
Os momentos LGBTQIA+ no show da Madonna em Copacabana
Popstar agradece apoio e promete lutar até o fim da sua vida pela população queer
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Atualizado em 5 Maio 2024, 15h56 - Publicado em 5 Maio 2024, 13h31
“A comunidade queer sempre esteve lá por mim e eu agradeço. Agradeço todas as pessoas que lutam pelo direito de serem livres, para amar quem querem amar”, com essa frase durante o show que reuniu 1,6 milhões de pessoas, segundo dados da Prefeitura do Rio, Madonna deixava claro sua ligação com a comunidade LGBTQIA+. Em um show que comemorava os 40 anos de carreira, essa parte da população ganhou destaque. Algo legítimo, já que além de ser considerada a rainha do pop, a artista sempre foi uma aliada importante da causa.
Leia também: Fã da Madonna revela como conseguiu o furo do show em Copacabana
E não faltaram momentos coloridos na apresentação na Praia de Copacabana, até mesmo na plateia. Beijos entre casais homoafetivos tomaram conta das areias, no meio do povão ou na área de convidados. Drag Queens vestidas de Madonna pipocavam em todos os cantos. Como brincou Marcus Majella na transmissão do Multishow: “Tem bichas de todos os tipos. Tem a padrão, tem a poc, tem a pintosa, tem até saindo do mar se bobear”.
No palco não foi diferente. Durante toda a The Celebration Tour coube a Bob The Drag Queen abrir a apresentação e ser a cicerone do espetáculo. Vestida com a clássica roupa da apresentação de “Vogue” no MTV Awards de 1990, a drag que ganhou destaque ao vencer a oitava temporada de RuPaul’s Drag Race animou o público que respondeu com o maior bater de leques já visto em um show. Aliás o acessório foi um dos grandes destaques da noite.
Mas teve espaço também para celebrar a arte drag brasileira. Madonna convidou Pabllo Vittar para um dos momentos mais especiais do show. Durante o single “muisc”, que ganhou roupagem de samba, a drag mais seguida do mundo se vestiu com uma camisa da seleção estilizada para dançar ao lado da rainha do pop. Num resgate da bandeira brasileira, o público LGBTQIA+ não parou de celebrar a importância história em ver uma representante queer nordestina ganhando destaque no maior show da história da Madonna.
E os momentos LGBTQIA+ não pararam por aí. Teve ainda um beijo de boca em uma dançarina trans que estava de topless, bem ao estilo Madonna de quebrar barreiras e levantar importantes pautas sobre direitos da população LGBTQIA+. Um ode a liberdade em todos os sentidos que sempre fez parte da carreira da cantora.
No telão figuras importantes da comunidade também receberam destaque. Cazuza, Érika Hilton, Renato Russo, Daniela Mercury e Marielle Franco foram alguns dos brasileiros que tiveram suas fotos exibidas durante o show. Personagens internacionais como Freddie Mercury e Marsha P. Johnson, entre outros, também não foram esquecidos por uma artista que fez questão de lembrar que a comunidade LGBTQIA+ tem importância em sua vida, especialmente quando chegou a Nova York e foi abraçada por eles.
“Primeiro de tudo hoje é aniversário de Keith Hering. Então é um milagre estarmos aqui hoje. Vocês sabem que ele é uma pessoa importante na minha vida. Um dos primeiros membros da comunidade gay que me tornei amiga quando me mudei para Nova York. Um artista que sempre me apoiou”, comentou a artista sobre um dos seus melhores amigos que morreu de AIDS em 1990.
Esse foi outro momento emocionante, quando em “Live to Tell” Madonna presta homenagem as vítimas de AIDS, muitas delas membros da comunidade LGBTQIA+. Em uma época em que a doença era associada a população gay (hoje, por exemplo, no Brasil a população heterossexual é o principal grupo com HIV), a cantora quebrou barreiras ao distribuir uma cartilha de informações no seu álbum “Like a Prayer”.
Ativista dos direitos humanos, feminista e apoiadora da causa LGBTQIA+ foi Madonna que sempre esteve lá por nós. “Sem medo, gente. E eu lutarei por vocês até o dia que morrer”, prometeu.
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