Crítica de Wicked: Filme prometeu e entrega ainda mais
Versão cinematográfica do sucesso da Broadway é realmente espetacular
Apaixonados por musical, assim como eu, estavam curiosos desde que a versão cinematográfica de Wicked foi anunciada. Assistir a “história não contada do Mágico de Oz” é uma experiência única pelo brilhantismo do roteiro, que reverte toda a narrativa conhecida, mas com tanta sabedoria que faz sentido, pelas músicas e o espetáculo em si.
Tudo isso fez com que se tornasse um dos maiores sucessos da Broadway, com versões espalhadas pelo mundo (inclusive no Brasil). Fato é que a história de Elphaba e Glinda encanta quem teve a sorte de assistir a montagem teatral, ainda mais se tiver visto com as atrizes originais. As personagens parecem até terem sido feitas sob medida para Indina Menzel e Kristin Chenoweth, mas preciso dizer que Cynthia Erivo e Ariana Grande não deixaram a desejar, pelo contrário.
Tive a sorte de assistir Erivo em ‘A Cor Púrpura’ na Broadway e o impacto de seu solo na peça me fez virar fã da atriz no dia que estava conhecendo seu trabalho. Não duvidava que ela estaria bem no filme, mas havia o peso de “substituir” Indina em um de seus papeis mais icônicos. Ela entregou com brilhantismo e uma carga dramática espetacular.
Preciso fazer referência também a Ariana Grande. A cantora está espetacular no papel de Glinda e fiquei surpreso com seu ótimo timing de comédia. A parte musical sabíamos que ela entregaria com facilidade, mas a atuação, embora seu passado em musicais e na TV, levantou desconfiança ao ser anunciada. Ponto para a estrela pop que entrega um ótimo trabalho.
O filme todo é impressionante. A mega campanha de marketing prometia uma das melhores películas do ano e de fato a entrega foi muito boa. Na temporada de Oscar é óbvio que isso vêm a tona quando assistimos Wicked no cinema, embora acho difícil levar a estatueta de Melhor Filme, entre outros motivos pelo preconceito da Academia com o gênero musical.
Aposto em alguns prêmios, em especial os técnicos. Afinal a recriação do mundo mágico de Oz, cuidadosamente capitaneada pelo diretor Jon M. Chu, e os figurinos, sob comando de Paul Tazewell, são deslumbrantes. Acho até que haverá alguma apresentação especial na premiação, assim como tivemos com Les Miserables. Mas não espero que o filme saia premiado nas principais categorias, não por demérito do que foi entregue.
Fato é que assistir Wicked no cinema é tão bom quanto nos palcos. Se não temos a emoção do ao vivo, o filme entrega visualmente algo tão impressionante que pra mim até superou a peça. A cena final da primeira parte com o clássico ‘Defying Gravity’ (assim como no teatro o filme é divido em dois atos) é de aplaudir. Mas anote que haverá outra parte que te emocionará também: o baile de Ozdut. Bravo!