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Antologia de Finados

Encontro numa pasta aparentemente esquecida no fundo de uma gaveta alguns recortes de jornais e anotações minhas também, como temas de futuras crônicas para este espaço. De uma entrevista de Wood Allen — Você acha que as pessoas têm a impressão correta de quem você realmente é? — Não. Acham que sou um recluso, uma […]

Por Daniela Pessoa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 fev 2017, 17h19 - Publicado em 5 nov 2016, 00h00
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  • Léo Martins

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    Encontro numa pasta aparentemente esquecida no fundo de uma gaveta alguns recortes de jornais e anotações minhas também, como temas de futuras crônicas para este espaço.

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    De uma entrevista de Wood Allen

    — Você acha que as pessoas têm a impressão correta de quem você realmente é?

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    — Não. Acham que sou um recluso, uma pessoa temível que tem hábitos excêntricos e criativos. Nada poderia estar mais distante da verdade. Levo uma vida de classe média com minha família. Fazer cinema não é minha prioridade.

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    — Mas você é conhecido como intelectual.

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    — Mas não sou. Não leio muito e não me interesso por livros complicados. Não li livro nenhum até os 18 anos, e então, quando o fiz, foi com o único intuito de impressionar garotas.

    — Mas você é neurótico?

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    — Sou um pouco claustrofóbico e agorafóbico. Sou um pouco depressivo e pessimista. Tenho medo de elevadores e aviões. Até os 40, mais ou menos, dormia de luz acesa. E fiz terapia durante 24 anos.

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    Do meu caderninho de notas

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    Não diga as últimas palavras. Não se despeça para sempre. Jamais prometa: “Não quero te ver nunca mais na minha frente”. Melhor que diga: “Tudo bem, acabou, mas quem é que sabe do dia de amanhã?”. Também vale dizer: “A gente se vê por aí”.

    Alzheimer

    Esquecer para poder lembrar. Não gosto de esquecer, a não ser de propósito, para poder lembrar. Sabem aquele restinho de pudim de leite que ficou da sobremesa do jantar? Foi esquecido e ninguém tocou nele. Ou não terá sido esquecido e deixado ali para a gula dos tímidos?

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    — Não — discorda minha mulher. — Nem uma coisa, nem outra. Isso foi só o acaso.

    O avesso da glória

    1) Agustín Lara, compositor mexicano de grande popularidade e prestígio, foi considerado um dos homens mais feios de sua época e, ao mesmo tempo, o mais invejado, já que foi marido da atriz Maria Felix, considerada a mulher mais bela do mundo — o mundo em que se viveu na primeira metade do século XX. Formavam a dupla A Bela e a Fera. O nome inteiro do compositor mexicano: Ángel Agustín María Carlos Fausto Mariano Alfonso Rojas Canela del Sagrado Corazón de Jesús Lara y Aguirre del Pino.

    2) Ao contrário de Agustín Lara, o ator francês Alain Delon foi considerado o homem mais bonito e sedutor do mundo. Numa entrevista ao Paris Match, disse que perdeu a paixão pelo mundo que o rodeia, mas tenta desfrutar ao máximo os filhos e netos, para não morrer sozinho.

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    Do poeta Julio Cesar da Silva

    Se ele do amor passou além da idade,

    não trates esse amor para que vice:

    tu vais subindo pela mocidade

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    e ele descendo vai pela velhice.

    De ti bem sei que receias,

    que a cada passo me dizes:

    há certas horas felizes

    em que são belas as feias.

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