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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Teatro, por Claudia Chaves: “Em Nome da Mãe”

A recente descoberta da figura de Madalena no teto da Sistina é notícia importante com a realização do Conclave

Por lu.lacerda
Atualizado em 2 Maio 2025, 11h17 - Publicado em 2 Maio 2025, 09h00
Peça Em Nome da Mãe_Crédito Elisa Mendes (4)
 (Elisa Mendes/Divulgação)
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Há algo na origem das fábulas, dos mitos, da literatura, da cultura popular — formadora da cultura ocidental judaico-cristã —, em que o papel masculino é sempre preponderante. Às vezes, encontra-se uma Palas Atena com importância, porque escolhida por Júpiter, o pai. O nascimento de Jesus gera: “Em nome do Pai, em nome do Filho e do Espírito Santo.” A recente descoberta da figura de Madalena no teto da Sistina é notícia importante com a realização do Conclave. “Em Nome da Mãe”, concepção, dramaturgia e atuação de Suzana Nascimento, parte por outros caminhos e prova que o rei da força masculina está nu.

Peça Em Nome da Mãe_crédito da _Julio Ricardo (6)
(Julio Ricardo/Divulgação)

Suzana emerge do cenário —  linda e provocante instalação — envolta em véus, carregando “um globo terrestre”,, para desmistificar Maria de Nazaré e mostrá-la como uma adolescente, quase uma menina de 16 anos, objeto de uma sociedade hierárquica, machista, que a deixa ainda mais frágil. Suzana é uma atriz muitíssimo talentosa, capaz de atuar em qualquer papel com o mesmo vigor e competência. Miriam, sua personagem, comove a plateia com todos os tons de sentimento que se apresentam na sua jornada.

Peça Em Nome da Mãe_crédito da _Julio Ricardo (7)
(Julio Ricardo/Divulgação)

Ainda que baseada na obra do autor italiano Erri de Luca, a dramaturgia também incorpora memórias pessoais da atriz. Esse acerto, criando uma ligação entre a história mitificada, um romance e a escrita de si de Suzana, torna-se, na verdade, o centro da história. Passados dois mil anos, a opressão feminina permanece — de Maria às experiências contemporâneas das mulheres.

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Peça Em Nome da Mãe_Crédito Elisa Mendes (2)
(Elisa Mendes/Divulgação)

A bela trilha original de Federico Puppi apoia a delicada direção de Miwa Yanagizawa, que transforma o mito em arquétipo — não da grande mãe de todos, mas da mulher que existe desde sempre, obrigada a se submeter, que se revolta, mas se mantém firme em sua luta. Essa competência foi reconhecida com o 16º Prêmio APTR em 2022, nas categorias de Espetáculo, Atriz protagonista, Direção e Música.

Serviço:

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Teatro Adolpho Bloch, Glória (Rua do Russel, 804)

Sextas e sábados, às 20h

Domingo, às 17h

Claudia Chaves
(Arquivo/Arquivo pessoal)
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